São Paulo (pronuncia-se AFI: [sɐ̃w̃ ˈpawlu] ouça) é um município brasileiro, capital do estado homônimo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul.[10] É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul.[11] São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo, em 2016, a 11.ª cidade mais globalizada do planeta,[10] recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).[12] O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é Non ducor, duco, frase latina que significa “Não sou conduzido, conduzo”.[13]
Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, a São Paulo Fashion Week e a Parada do Orgulho LGBT.
O município possui o 10.º maior PIB do mundo,[14] representando, isoladamente, 11% de todo o PIB brasileiro, 34% do PIB do estado,[15] bem como 36% de toda a sua produção de bens e serviços, além de ser sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil,[16] sendo ainda responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005,[17] e por mais de 40% das patentes produzidas no país.[18] A cidade também é a sede da B3 (sigla de Brasil, Bolsa, Balcão), a 5.ª maior bolsa de valores do mundo em capitalização de mercado (dados de 2017), resultado da fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP).[19] São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte, entre outros.
A cidade é a 8.ª mais populosa do planeta e sua região metropolitana, com cerca de 21 milhões de habitantes,[20] é a 10.ª maior aglomeração urbana do mundo.[21] A capital paulista também possui um caráter cosmopolita, dado que, em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes.[22] Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado Complexo Metropolitano Expandido — chegava a 33 milhões de habitantes em 2017[23] (cerca de 75% da população do estado[23] e 12% da população do país) formando a primeira megalópole do hemisfério sul,[24] responsável pela produção de 80% do PIB paulista e de quase 30% do PIB brasileiro.[25]
A povoação de São Paulo de Piratininga surgiu em 25 de janeiro de 1554 com a construção de um colégio jesuíta por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí.[26] Tal colégio, que funcionava num barracão feito de taipa de pilão, tinha por finalidade a catequese dos índios que viviam na região do Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de “Serra de Paranapiacaba”.[27]
O nome São Paulo foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, mesmo dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme disse o padre José de Anchieta em carta à Companhia de Jesus:[28]
A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa![28]— José de Anchieta
O povoamento da região do Pátio do Colégio teve início em 1560, quando, na visita de Mem de Sá, governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente, este ordenou a transferência da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, que fora criada por João Ramalho em 1553,[30] para os arredores do colégio, denominado “Colégio de São Paulo de Piratininga”, local alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma grande várzea, a Várzea do Carmo, por um lado e, pelo outro lado, por outra baixada, o Vale do Anhangabaú), para melhor se proteger dos ataques dos índios.[26] Por ser em uma alta colina, margeada por dois vales (dos rios Tamanduateí e Anhangabaú), era mais seguro que a Vila de Santo André da Borda do Campo (atual cidade de Santo André), próxima à Serra do Mar, que era constantemente ameaçada por índios mais combativos.[31]
São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia, o litoral, e se mantinha por meio de lavouras de subsistência. São Paulo foi, por muito tempo, a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta.[32] Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São Vicente, proibira o uso do “Caminho do Piraiquê” (hoje Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos índios.[26]
Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passou a ser a “Cabeça da Capitania”. A nova capital foi instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos.[33]
Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na América, em São Paulo teve início a atividade dos bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam, também, em busca de ouro e de diamantes. A descoberta do ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez com que as atenções do reino se voltassem para São Paulo.[34]
Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, quando foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de São Paulo e a Capitania de Santo Amaro de seus antigos donatários. Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade. Logo em seguida, por volta de 1720, foi encontrado ouro, pelos bandeirantes, nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas.[35]
Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve início o ciclo econômico paulista da cana-de-açúcar, que se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo. Pela cidade de São Paulo, era escoada a produção açucareira para o Porto de Santos. Nessa época, foi construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e o litoral: a Calçada do Lorena.[36]
Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em 1823. Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de estudantes e professores, graças ao qual, a cidade passa a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga.[37][38]
Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão da produção do café, inicialmente na região do Vale do Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante, São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga o interior da província de São Paulo ao porto de Santos, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.[38]
Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias que ligam o interior do estado à capital, São Paulo. São Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e exportação de café permite à cidade e à província de São Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande crescimento econômico e populacional.[38]
De meados desse século até o seu final, foi o período que a província começou a receber uma grande quantidade de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos se fixaram na capital, e as primeiras indústrias começaram a se instalar.[38]
Com o fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também auxiliado pela política do café com leite e pela grande imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o grande número de imigrantes na capital paulista, Cornélio Pires recolheu, em seu livro “Sambas e Cateretês”, uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que descreve a impressão que o homem do interior tinha da capital paulista:[39]
!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo: que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro!— Dino Cipriano[40]
Durante a República Velha (1889–1930), São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando e chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período, relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua população. O auge do período do café é representado pela construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício) no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900, onde se construíram muitas mansões.[39]
O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro Novo. A sede do governo paulista é transferida, no início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos Elísios. São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte moderna que foi um marco na história da arte no Brasil. Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o edifício Martinelli.[39]
As modificações realizadas na cidade por Antônio da Silva Prado, o Barão de Duprat e Washington Luís, que governaram de 1899 a 1919, contribuíram para o clima de desenvolvimento da cidade; alguns estudiosos consideram que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período.[41]
Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. A partir da década de 1920 com a retificação do curso de rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que surgisse na zona oeste de São Paulo, loteamentos de alto padrão conhecidos hoje como a “Região dos Jardins“.[39][42]
Também no início da década de 1920 ocorreu a Revolta Paulista de 1924, conflito armado travado nos bairros operários próximos ao centro da cidade de São Paulo e que durou 23 dias, de 5 a 28 de julho, deixando centenas de mortos e milhares de feridos. O confronto entre as tropas federais do presidente Artur Bernardes e parte do Exército Brasileiro, foi classificado pelo governo federal como uma conspiração, motim e “revolta contra a Pátria, sem fundamento, encabeçada por membros desordeiros do Exército Brasileiro”. Entre os motivos que desencadearam a revolta, estavam a crise econômica brasileira, com a queda nas exportações depois da Primeira Guerra Mundial e a crise política, com a insatisfação de alguns grupos políticos com a concentração de poder entre representantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Esses grupos formaram o movimento Reação Republicana, que pedia a proteção para todos os produtos brasileiros, não somente para o café, como era usual. O movimento apoiou o carioca Nilo Peçanha nas eleições de 1922, vencidas por Arthur Bernardes, natural de Minas Gerais. Alguns militares se opuseram a que ele assumisse a presidência, o que iniciou as desavenças entre parte das Forças Armadas e o Governo Federal, que culminaram com a revolta de 1924.[43]
No final da década mais precisamente entre os anos de 1928 e 1933 foram elaboradas plantas cadastrais do município em escala 1:5 000 e 1:1 000, sendo este o primeiro executado no Brasil e um dos primeiros do mundo pelo uso da aerofotogrametria. Foi um dos pioneiros do mundo, com isso o município de São Paulo ganhava um grande detalhamento de seu território por meio da execução rápida da aerofotogrametria rápida quando comparado com levantamentos topográficos, método anteriormente utilizado.[44]
Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a população se engaja na guerra contra o “Governo Provisório” de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de outras, é fundada a Universidade de São Paulo (USP), hoje a maior do Brasil.[45][46] Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década de 1930 e às restrições ao comércio internacional durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento econômico muito elevada que se manteve elevada no pós-guerra.[47]
Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada: a Via Anchieta (construída sobre o antigo traçado do Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era conhecida como A cidade que não pode parar e como A cidade que mais cresce no mundo.[47]
São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do “Quarto Centenário” de fundação da cidade. É inaugurado o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de 1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica localizado no centro histórico (na região chamada de “Triângulo Histórico”), para a Avenida Paulista, as suas mansões foram, na sua maioria, substituídas por grandes edifícios.[47]
No período da década de 1930 até a década de 1960, os grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador do estado de São Paulo Ademar de Barros, o qual também foi prefeito de São Paulo entre 1957 e 1961. Prestes Maia projetou e implantou, na década de 1930, o “Plano de Avenidas para a Cidade de São Paulo“, que revolucionou o trânsito de São Paulo.[48]
Estes dois governantes são os responsáveis, também, pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano de Avenidas, e que mudaram São Paulo: a retificação do rio Tietê com a construção de suas marginais e do Metrô de São Paulo: em 13 de fevereiro de 1963, o governador Ademar de Barros e o prefeito Prestes Maia criaram as comissões (estadual e municipal) de estudos para a elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e destinaram ao Metrô suas primeiras verbas.[49]
No início dos anos 1960, São Paulo já somava quatro milhões de habitantes. Iniciado a sua construção em 1968, na gestão do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô paulistano começou a operar comercialmente em 14 de setembro de 1974 e em 2016 contava com uma rede de 71,5 quilômetros de extensão e 64 estações distribuídas por cinco linhas. Naquele ano, foram transportados pelo sistema 1,1 bilhão de passageiros.[50]
Em 2008, a cidade de São Paulo ocupava a 56.ª posição no ranking dos 75 mais importantes centros de comércio global, ocupando a 3.ª posição na América Latina.[51]
São Paulo é a capital do estado mais populoso do Brasil, São Paulo, situando-se na latitude 23°33’01” sul e na longitude 46°38’02” oeste. A área total do município é de 1 521,11 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o nono maior do estado em extensão territorial.[5] De toda a área do município, 949,611 km² são de áreas urbanas (2015), sendo a maior área urbana do país.[6]
São Paulo tem altitude média de 760 metros. O ponto culminante do município é o Pico do Jaraguá, com 1 135 metros de altitude acima do nível do mar,[52] localizado Parque Estadual do Jaraguá, na serra da Cantareira, onde se encontra também a segunda maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.[53][54]
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na Grande São Paulo tem tornado inefetivas as fronteiras políticas entre os municípios da região, criando uma metrópole cujo centro está em São Paulo e atinge municípios, como por exemplo, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema (a chamada Região do Grande ABC), Osasco e Guarulhos, entre várias outros. A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi criada no ano de 1973 e atualmente é constituída por 39 municípios, sendo a maior aglomeração urbana do Brasil e a terceira maior das Américas,[21] com 20 820 093 habitantes.[11] Seu Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2009 cerca de 613 bilhões de reais.[55]
O clima paulistano é caracterizado como subtropical úmido (do tipo Cwa segundo Köppen),[4] com invernos secos e verões chuvosos com temperaturas mais altas, sendo outono e primavera estações de transição. No entanto, devido à sua altitude, São Paulo experimenta condições de clima temperado.[56] As precipitações caem principalmente sob a forma de chuva e, esporadicamente, de granizo, podendo ainda virem acompanhadas de descargas elétricas e fortes rajadas de vento.[57][58] Durante os meses de verão são comuns ocorrências de chuvas convectivas, associadas ao calor e à umidade mais elevada, em especial no final da tarde.[59]
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas registrados em São Paulo (Mirante de Santana) por meses (INMET, 1945-presente)[60][61] | |||||
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Mês | Acumulado | Data | Mês | Acumulado | Data |
Janeiro | 127,4 mm | 12/01/1949 | Julho | 123,6 mm | 05/07/2019 |
Fevereiro | 123 mm | 10/02/2020 | Agosto | 53,2 mm | 24/08/1953 |
Março | 106,2 mm | 11/03/1994 | Setembro | 78,1 mm | 09/09/2009 |
Abril | 82,1 mm | 07/04/2017 | Outubro | 72,7 mm | 07/10/1991 |
Maio | 140,4 mm | 25/05/2005 | Novembro | 103,2 mm | 27/11/1950 |
Junho | 89,6 mm[62] | 27/06/2020 | Dezembro | 151,8 mm | 21/12/1988 |
Por outro lado, no inverno, quando a frequência das precipitações é menor, os índices de umidade relativa do ar (URA) caem, algumas vezes para valores abaixo de 30%,[63][64] dificultando a dispersão de poluentes e favorecendo a poluição do ar.[65] Porém, nessa mesma época, é mais comum a entrada de massas de ar polares que contribuem para derrubar as temperaturas, sendo que algumas mais fortes chegam a baixar para 10 °C ou menos.[66][67] A temperatura máxima mais baixa registrada em São Paulo, desde o início das medições (em 1961), foi de 8,7 °C, no dia 24 de julho de 2013. [68] Nevoeiros ocorrem quando há combinação de alta umidade e de baixas temperaturas,[69] enquanto que as geadas acontecem esporadicamente em regiões mais afastadas do centro e, em invernos mais rigorosos, em boa parte do município.[70]
Segundo dados da estação meteorológica convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no Mirante de Santana, a oficial do município, desde 1945 a menor temperatura registrada em São Paulo foi de −2,1 °C em 2 de agosto de 1955[60] e a maior atingiu 37,8 °C em 17 de outubro de 2014, ultrapassando a marca anterior de 37 °C observada em 20 de janeiro de 1999.[71][61] O maior acumulado de precipitação observado em 24 horas chegou a 151,8 mm em 21 de dezembro de 1988. Março de 2006, com 607,9 mm, foi o mês de maior precipitação, seguido por fevereiro de 2020 (505,7 mm). O menor índice de URA foi registrado na tarde de 14 de agosto de 2009, de 10%.[71][61] Desde julho de 2006, quando entrou o INMET instalou uma estação automática no mesmo local, a maior rajada de vento alcançou 24,6 m/s (88,6 km/h) em 30 de janeiro de 2019.[72]
[Esconder]Dados climatológicos para São Paulo (Mirante de Santana) | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 37 | 36,4 | 34,3 | 33,4 | 31,7 | 28,8 | 30,2 | 33 | 37,1 | 37,8 | 36,1 | 34,8 | 37,8 |
Temperatura máxima média (°C) | 28,2 | 28,8 | 28 | 26,2 | 23,3 | 22,6 | 22,4 | 24,1 | 24,4 | 25,9 | 26,9 | 27,6 | 25,7 |
Temperatura média compensada (°C) | 22,9 | 23,2 | 22,4 | 21 | 18,2 | 17,1 | 16,7 | 17,7 | 18,5 | 20 | 21,2 | 22,1 | 20,1 |
Temperatura mínima média (°C) | 19,3 | 19,5 | 18,8 | 17,4 | 14,5 | 13 | 12,3 | 13,1 | 14,4 | 16 | 17,3 | 18,3 | 16,2 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 10,2 | 11,1 | 11 | 6 | 3,7 | 1 | 0,4 | −2,1 | 2,2 | 4,3 | 7 | 9,4 | −2,1 |
Precipitação (mm) | 288,2 | 246,2 | 214,5 | 82,1 | 78,1 | 50,3 | 47,8 | 36 | 84,8 | 126,6 | 137 | 224,4 | 1 616 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 16 | 14 | 13 | 7 | 7 | 4 | 4 | 4 | 7 | 10 | 10 | 14 | 110 |
Umidade relativa compensada (%) | 77,2 | 76 | 77,1 | 75,3 | 75,6 | 73,2 | 71,6 | 69,4 | 72,5 | 74,3 | 73,6 | 75,5 | 74,3 |
Horas de sol | 139,1 | 153,5 | 161,6 | 169,3 | 167,6 | 160 | 169 | 173,1 | 144,5 | 157,9 | 151,8 | 145,1 | 1 893,5 |
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010;[73] recordes de temperatura: 1945-presente)[60][61][72][71][74] |
São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê, tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. Seus rios já foram uma importante fonte de água doce e de lazer. No entanto, efluentes industriais pesados e descargas de águas residuais no final do século XX fizeram com que os rios ficassem fortemente poluídos. Um programa de limpeza substancial para ambos os rios está em andamento (vide Projeto Tietê), financiado através de uma parceria entre o governo local e os bancos internacionais de desenvolvimento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O rio é navegável no trecho que atravessa a cidade, embora o transporte de água se torne cada vez mais importante no rio Tietê devido à Hidrovia Tietê-Paraná.[75]
Não existem grandes lagos naturais na região, mas os reservatórios Billings e Guarapiranga nos subúrbios do sul da cidade são usados para geração de energia, armazenamento de água e atividades de lazer. A flora original da área consistiu principalmente em angiospermas perenifólias. As espécies não nativas são comuns, o clima ameno e as chuvas abundantes permitem cultivar a multidão de plantas tropicais, subtropicais e temperadas, especialmente o onipresente eucalipto.[76]
O norte do município contém parte do Parque Estadual Cantareira de 7 917 hectares, criado em 1962, que protege uma grande parte do abastecimento de água metropolitana de São Paulo.[77] Em 2015, São Paulo experimentou uma grande seca, que levou várias cidades do estado a iniciar o sistema de racionamento.[78]
A poluição do ar no município é intensa,[80] devido principalmente à enorme quantidade de automóveis que circulam diariamente em suas ruas, avenidas e rodovias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um limite de 20 microgramas de material particulado por metro cúbico de ar como uma média anual segura. Em uma avaliação realizada pela OMS entre mais mil cidades ao redor do mundo em 2011, a cidade de São Paulo foi classificada na 268ª posição entre as mais poluídas, com uma taxa média de 38 microgramas por metro cúbico, índice bastante superior ao limite imposto pela organização, mas inferior ao de outras cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro (64 microgramas por metro cúbico).[81] Um estudo de 2013 apontou que a poluição atmosférica na cidade causa mais mortes do que os acidentes de trânsito.[82]
Além da poluição atmosférica, o município tem sérios problemas devido à poluição hídrica, concentrada principalmente em seus dois principais rios, o rio Tietê e o rio Pinheiros, que estão altamente degradados e são alguns dos rios mais poluídos do país.[83] Desde 1992, no entanto, o rio Tietê passa por um programa de despoluição que já custou 2,7 bilhões de dólares.[84]
O problema do abastecimento equilibrado de água para a cidade – e para a metrópole, de uma forma geral – também se configura como questão preocupante: São Paulo possui poucas fontes de água em seu próprio perímetro, tendo de buscá-la em bacias hidrográficas distantes. O problema da poluição da água também é agravado pela ocupação irregular das áreas de mananciais, ocasionada pela expansão urbana, impulsionada pela dificuldade de acesso à terra e à moradia em áreas centrais por parte da população de baixa renda[85] e associada à especulação imobiliária e precariedade nos novos loteamentos. Com isto, também ocorre uma sobrevalorização do transporte individual sobre o transporte coletivo – levando à atual taxa de mais de um veículo para cada dois habitantes e agravando o problema da poluição ambiental.[86]
São Paulo está localizada em uma área de ecótono entre 3 biomas: floresta ombrofila mista, floresta ombrófila densa e cerrado; este último apresentava algumas espécies vegetais nativa dos pampas na cidade. Ocorriam diversas espécies típicas de ambos os biomas, dentre elas podemos citar: araucárias, pitangueiras, cambucís, ipês, jabuticabeiras, palmeiras jerivás, muricís-do-campo, jequitibá-branco, língua-de-tucano, capim rabo-de-burro, capim-dos-pampas, capim barba-de-bode, lantanas, araçá-do-campo, copaíba, samambaiaçú, mini-pitanga, cerejeira-do-rio-grande, guariroba, embaúbas, guaimbés, peróba, canafístulas, canelinha, pau-viola, aroeira-vermelha, jacarandá-caroba, orelha-de-onça, mulungu-do-litoral etc.[87][88][89]
Hoje em dia, pouco resta da vegetação original da cidade e a maior parte que é plantada nas ruas, praças e parques é de origem exótica e também brasileira mas de outras regiões.[90][91] Algumas dessas espécies são até invasoras e acabam ameaçando e invadindo áreas de vegetação nativa preservada.[92]
São Paulo possuía em 2010, 62 parques municipais e estaduais,[93] como o Parque Estadual Turístico da Cantareira, parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo e que abriga uma das maiores florestas urbanas do planeta com 7 900 hectares de extensão,[94] o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o Parque Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual do Jaraguá, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1994, a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque Anhanguera, o Parque Villa-Lobos, o Parque do Povo, entre outros.
Em 2009, São Paulo possuía 2,3 mil hectares de área verde, menos que 1,5% da área da cidade[95] e abaixo dos 12 m² por habitante recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).[96] Cerca de 21% da área do município é coberta por áreas verdes, incluindo reservas ecológicas (dados de 2010).[97][98]
No município é possível observar pássaros florestais que geralmente aparecem na primavera, devido ao cinturão de mata nativa que ainda cerca a região metropolitana. Espécies como o sabiá-laranjeira, sanhaço, bem-te-vi e colibri são as mais comuns. Apesar da intensa poluição, os principais rios da cidade, o Tietê e o Pinheiros, abrigam várias espécies de animais como capivaras, gaviões, quero-quero, garças africanas e ratões do banhado. Outras espécies encontradas no município são o veado-catingueiro, bugio, tucano-de-bico-verde e pavão-do-mato.[99]
Crescimento populacional | |||
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Censo | Pop. | %± | |
1872 | 31 385 | ||
1890 | 64 934 | 106,9% | |
1900 | 239 620 | 269,0% | |
1920 | 579 033 | 141,6% | |
1940 | 1 326 261 | 129,0% | |
1950 | 2 198 096 | 65,7% | |
1960 | 3 825 351 | 74,0% | |
1970 | 5 978 977 | 56,3% | |
1980 | 8 587 665 | 43,6% | |
1991 | 9 626 894 | 12,1% | |
2000 | 10 405 867 | 8,1% | |
2010 | 11 253 503 | 8,1% | |
Est. 2020 | 12 325 232 | [5] | 9,5% |
Censos demográficos do IBGE[101] |
São Paulo foi a capital brasileira que mais cresceu em todo o século XX, atingindo a marca de um milhão de habitantes na década de 1930 e se configurando como o município mais populoso do Brasil desde 1960, quando ultrapassou o Rio de Janeiro.[102][103] No censo demográfico de 2010, a população do município era de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 11 253 503 habitantes, apresentando uma densidade populacional de 7 387,69 hab./km².[104]
Conforme o mesmo censo, 5 924 871 eram do sexo feminino (52,65%) e 5 328 632 do sexo masculino (47,35%). Ainda segundo o mesmo censo, 11 152 344 habitantes viviam na zona urbana (99,1%) e 101 159 na zona rural (0,9%).[105] Naquele ano, o distrito mais populoso de São Paulo era Grajaú, com 360 787 habitantes, e Marsilac, no extremo sul do município, o menos populoso, com uma população de 8 258 pessoas.[106] Para 2020, a estimativa populacional é de 12 325 232 habitantes.[5]
O município possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto (0,805), o décimo quarto maior do estado e o 28º do Brasil.[8] Porém, a distribuição do desenvolvimento humano na cidade não é homogênea. Os distritos mais centrais em geral apresentam IDH superior a 0,9, gradualmente diminuindo à medida que se afasta do centro, até chegar a valores de cerca de 0,7 nos limites do município.[108]
A diferença social entre as regiões centrais e as periferias deve a questões históricas, uma vez que a área central, sobretudo a localizada entre os rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí, foi o local onde mais se concentraram os investimentos e o planejamento urbano por parte do poder público,[109] bem como onde se instalou, historicamente, quase a totalidade da elite econômica da cidade. As populações de mais baixa renda, por não terem como arcar com o custo de vida dessas áreas, acabam assim ocupando as áreas nas bordas do município, mais desprovidas de infraestrutura.[108]
Um ranking mundial de qualidade de vida, elaborado pela consultoria internacional em recursos humanos Mercer, aponta a capital paulista na 117ª posição entre 221 cidades e a terceira posição entre as quatro cidades brasileiras do ranking, atrás somente de Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, e à frente de Brasília. O status ecológico em um ranking paralelo aponta a cidade na 148ª posição.[110][111]
O índice de Gini do município, que mede a desigualdade social, é de 0,62.[112] Os distritos de Vila Andrade, Vila Sônia e Tremembé possuem a maior disparidade econômica. Todos os índices são publicados no Atlas do Trabalho e Desenvolvimento de São Paulo, uma ferramenta eletrônica que abriga mais de duzentos indicadores socioeconômicos da capital.[107]
São Paulo é a cidade mais multicultural do Brasil e uma das mais diversas do mundo. Desde 1870, aproximadamente 2,3 milhões de imigrantes chegaram ao estado, vindos de todas as partes do mundo. Atualmente, é a cidade com as maiores populações de origens étnicas italiana, portuguesa, japonesa, espanhola, libanesa e árabe fora de seus países respectivos,[113] e com o maior contingente de nordestinos fora do Nordeste.[114] No censo de 2010, da população total, 60,63% eram brancos, 30,63% pardos, 6,37% pretos, 2,22% amarelos e 0,12% indígenas, além de 0,03% sem declaração.[115]
A comunidade italiana é uma das mais fortes, marcando presença em toda a cidade. Dos dez milhões de habitantes de São Paulo, 60% (seis milhões de pessoas) possuem alguma ascendência italiana. São Paulo tem mais descendentes de italianos que qualquer outra cidade italiana (a maior cidade da Itália é Roma, com 2,5 milhões de habitantes). Ainda hoje, os italianos agrupam-se em bairros como o Bixiga, Brás e Mooca para promover comemorações e festas.[116] Em 1870, como o início da substituição da mão de obra escrava pela de imigrantes europeus, a população italiana em São Paulo era de 30 mil pessoas. No início do século XX, essa população havia saltado para 240 mil pessoas.[117] São Paulo é a segunda maior cidade consumidora de pizza do mundo (dados de 2007). São seis mil pizzarias produzindo cerca de um milhão de pizzas por dia (dados de 2008).[118][119]
A comunidade portuguesa também é bastante numerosa, e estima-se que três milhões de paulistanos possuem alguma origem em Portugal.[120] A colônia judaica representa mais de 60 mil pessoas em São Paulo e concentra-se principalmente em Higienópolis (presença maior) e no Bom Retiro (presença menor, atualmente). A partir do século XIX, e especialmente durante a primeira metade do século XX, São Paulo recebeu também imigrantes alemães (no atual bairro de Santo Amaro), espanhóis e lituanos (no bairro Vila Zelina). Podemos destacar também a importante comunidade armênia, com suas diversas instituições instaladas nas proximidades dos bairros Bom Retiro, próximo a Estação Armênia do Metrô, Imirim e Brás. Os armênios fizeram do comércio e da fabricação de calçados suas principais atividades.[121] Com a decadência da imigração europeia e asiática após a década de 1930, passou a predominar a vinda de migrantes, em sua maioria oriundos da região Nordeste do Brasil.[122]
A cidade já contava com população afrodescendente no século XIX, mas foi a partir da segunda metade do XX que a população de origem africana cresceu rapidamente, através da chegada de pessoas de outros estados brasileiros, principalmente da zona litorânea da Bahia.[123] De acordo com o IBGE, no Censo de 2000, 30,3% da população paulistana tinham alguma ascendência africana; isto é, declaravam-se como “pretos” e “pardos”.[124]
Uma das colônias mais marcantes da cidade é a de origem árabe. Os libaneses e sírios chegaram em grande número entre os anos de 1900 a 1930. Hoje seus descendentes estão totalmente integrados à população brasileira, embora aspectos culturais de origem árabe marcam até hoje a cultura da capital paulista. Restaurantes de comida árabe abundam por toda a cidade, vendendo pratos que já entraram definitivamente na culinária brasileira: quibe, esfiha, charutinho de repolho etc.[125] A rua 25 de Março foi criada pelos árabes, que eram em sua maioria comerciantes.[126]
A cidade de São Paulo possui o maior número de pessoas que se declaram de origem asiática (amarelos) do Brasil. Cerca de 456 mil pessoas são de origem oriental,[127] dos quais 326 mil são japoneses. A comunidade japonesa da cidade é a maior fora do Japão. Imigrantes vindos do Japão começaram a chegar em 1908, e imigraram em grande número até a década de 1950. A maior concentração de orientais da cidade está no distrito da Liberdade. Este distrito de São Paulo possui inúmeros restaurantes japoneses, lojas com peças típicas do Japão, e nele veem-se letreiros escritos em japonês e ouve-se muito o idioma. A colônia coreana da cidade também é notável. São mais de 60 mil pessoas de origem sul-coreana, particularmente concentrados no Bom Retiro, Aclimação e Liberdade. No bairro da Aclimação é possível encontrar diversos restaurantes coreanos, além de locadoras de vídeo e mercearias coreanas. Os chineses são bastante numerosos nos distritos da zona central da cidade, como o Brás e a Liberdade.[121] Em 2016, o município possuía pelo menos um morador nativo de 196 países diferentes, segundo dados do Departamento de Polícia Federal.[22]
A Grande São Paulo abriga uma importante comunidade de homossexuais, bissexual e transgêneros, sendo que 9,6% da população masculina e 7% da população feminina declara-se não-heterossexual.[128] A união civil entre pessoas do mesmo sexo é legalizada em todo o país desde 5 de maio de 2011, enquanto o casamento homossexual em São Paulo foi legalizado em 18 de dezembro de 2012. Em 2020, a prefeitura de São Paulo sancionou a Lei 17.301, que pune todo tipo de discriminação contra a população LGBTQI+ por parte de pessoas físicas e jurídicas.[129] A cidade acolhe anualmente desde 1997 a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior parada LGBT do mundo pelo Guinness World Records, com mais de 5 milhões de participantes. O evento tipicamente rivaliza com a parada de Nova York pelo recorde de público.[130]
O evento é apoiado pelo governo estadual e municipal. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo investiu 1 milhão de reais na parada e contou com um sólido plano de segurança, com cerca de 2 mil policiais, duas delegacias móveis para relato imediato de ocorrências, 30 ambulâncias equipadas, 55 enfermeiros, 46 médicos, três acampamentos hospitalares com 80 leitos. O desfile, considerado o segundo maior evento da cidade depois do Fórmula 1, começa no Museu de Arte de São Paulo, atravessa a Avenida Paulista, segue pela Rua da Consolação até a Praça Roosevelt, no Centro de São Paulo. De acordo com o aplicativo Grindr, a marcha LGBT da cidade foi eleita a melhor do mundo.[131]
São Paulo conta com quatro Centros de Cidadania LGBTI, que oferecem diversos serviço sociais à comunidade LGBT. Além das sedes fixas, a prefeitura disponibiliza unidades móveis que percorrem a cidade levando os serviços à outras regiões.[132] A cidade ainda abriga o Museu da Diversidade Sexual, o primeiro da América Latina relacionado à temática LGBT.[133]
Tal qual a variedade cultural verificável em São Paulo, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração — e ainda hoje a maioria dos paulistanos declara-se católica —, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do islamismo, espiritismo, entre outras.[134]
O budismo e as religiões orientais também têm relevância entre as crenças mais praticadas pelos paulistanos. Estima-se que existem mais de cem mil seguidores budistas, seichonoitas e hinduístas.[135] Também são consideráveis as comunidades judaica, mórmon e das religiões afro-brasileiras.[134]
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, existiam no município católicos apostólicos romanos (58,2%), protestantes (22,11%), espíritas (4,73%), testemunhas de Jeová (0,9%), budistas (0,67%), umbandistas (0,45%), judeus (0,39%), católicos apostólicos brasileiros (0,25%), religiosos orientais (0,23%), candomblecistas (0,16%), mórmons (0,15%), católicos ortodoxos (0,13%), espiritualistas (0,08%), islâmicos (0,07%), esotéricos (0,06%), tradições indígenas (0,02%) e hinduístas (0,01%). Outros 9,38% não tinham religião, 1,33% seguiam outras religiosidades cristãs, 0,5% tinham religião indeterminada ou múltiplo pertencimento, 0,13% não souberam e 0,02% declararam seguir outras religiosidades.[134]
A Igreja Católica divide o território do município de São Paulo em quatro circunscrições eclesiásticas: a Arquidiocese de São Paulo, a Diocese de Santo Amaro, a Diocese de São Miguel Paulista e a Diocese de Campo Limpo, sendo estas três últimas sufragâneas da primeira. O arquivo da arquidiocese, denominado Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva, localizado no bairro do Ipiranga, guarda um dos mais importantes patrimônios documentais do Brasil.[136] A sé arquiepiscopal é a Catedral Metropolitana de São Paulo (conhecida como Catedral da Sé), localizada na Praça da Sé, considerada um dos cinco maiores templos góticos do mundo.[137] A Igreja Católica reconhece como padroeiros da cidade São Paulo de Tarso[138] e Nossa Senhora da Penha de França.[139]
A cidade possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, como a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, a Igreja Cristã Maranata, Igreja Luterana, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Episcopal Anglicana, as igrejas batistas, a Igreja Assembleia de Deus, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Congregação Cristã no Brasil, entre outras, além de cristãos de várias outras denominações.[134]
Em 2008, a cidade de São Paulo ocupava a 493.ª posição na lista das cidades mais violentas do Brasil. Entre as capitais, era a quarta menos violenta, registrando, em 2006, índices de homicídios superiores apenas aos de Boa Vista, Palmas e Natal.[140][141] Em novembro de 2009, o Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram uma pesquisa que apontou a São Paulo como a capital brasileira mais segura para jovens.[142] Entre os anos de 2000 e 2010, a cidade de São Paulo reduziu em 78% a sua taxa de homicídios.[143]
De acordo com o Estudo Global de Homicídios 2011, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no período entre 2004 e 2009 a taxa de homicídios caiu de 20,8 para 10,8 assassinatos por cem mil habitantes. Em 2011, a ONU apontou São Paulo como exemplo de como grandes cidades podem diminuir a criminalidade.[144] Em uma pesquisa sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) em 2010, a cidade de São Paulo foi considerada a menos letal para os adolescentes, entre 283 municípios pesquisados, com mais de cem mil habitantes.[145] De acordo com dados do “Mapa da Violência 2011”, publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a cidade de São Paulo tinha naquele ano a menor taxa de homicídios por cem mil habitantes entre todas as capitais do Brasil.[146]
Os indicadores de criminalidade, como o homicídio, segundo os dados de abril de 2017, apresentaram redução na capital paulista, comparados com 2016. No mesmo período, houve uma redução de 12,64% nos homicídios, o número de registros de latrocínio caiu de onze para sete (redução de 34%), e houve uma redução de 8,09% nos casos de estupro.[147] O 9º DP do bairro do Carandiru foi considerado em março de 2007, uma das cinco melhores delegacias do mundo e a melhor da América Latina.[148]
O Poder Executivo do município de São Paulo é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. A lei orgânica do município e o atual Plano Diretor da cidade, porém, determinam que a administração pública deva garantir à população ferramentas efetivas de manifestação da democracia participativa, o que faz com que a cidade seja dividida em subprefeituras, cada uma delas liderada por um subprefeito nomeado pelo prefeito.[149]
O Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por 55 vereadores eleitos para cargos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes).[150] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[151]
Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das secretarias, existem também uma série de conselhos municipais, cada um deles versando sobre temas diferentes, compostos obrigatoriamente por representantes dos vários setores da sociedade civil organizada. A atuação e representatividade efetivas de tais conselhos, porém, são por vezes questionadas. Os seguintes conselhos municipais estão atualmente em atividade: Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA); da Informática (CMI); dos Deficientes Físicos (CMDP); da Educação (CME); da Habitação (CMH); do Meio Ambiente (CADES); da Saúde (CMS); do Turismo (COMTUR); dos Direitos Humanos (CMDH); da Cultura (CMC); da Assistência Social (COMAS) e das Drogas e Álcool (COMUDA).
Por ser a capital do estado de São Paulo, a cidade é a sede dos três poderes paulistas: o executivo, o legislativo e o judiciário. Por vezes, o estado permite a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.[152][153]
O poder executivo paulista é exercido pelo governador, que é eleito em sufrágio universal pelo voto direto e popular para um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito para mais um mandato.[153] Sua sede é o Palácio dos Bandeirantes, que abriga o governo paulista desde 19 de abril de 1964.[154][155]
O poder legislativo é unicameral, constituído pela assembleia legislativa,[153] localizada no Palácio 9 de Julho e constituída por 94 deputados estaduais.[156]
O poder judiciário tem como instância máxima o tribunal de justiça, localizado no Palácio da Justiça, composto por desembargadores.[157] Representações deste poder estão espalhadas por todo o território estadual através de comarcas.[158]
As cidades-irmãs da cidade de São Paulo estão regulamentadas através da lei nº 14 471/2007[159] e outros decretos.
Localização | População | Área |
Zona | est. de 2008 | em km² |
Central‘ | 328.597 | 31 |
Centro-Sul | 715.910 | 74 |
Leste 1 | 1.212.099 | 140 |
Leste 2 | 1.342.924 | 68,8 |
Norte | 1.181.582 | 152 |
Noroeste‘ | 1.007.691 | 144 |
Oeste | 872.817 | 128 |
Sudeste | 1.494.770 | 128 |
Sul | 2.346.913 | 607 |
10.940.311 | 1509 | |
Fonte:[162] |
O município de São Paulo está, administrativamente, dividido em trinta e duas regiões administradas por prefeituras regionais, cada uma delas, por sua vez, divididas em distritos, sendo estes últimos, eventualmente, subdivididos em subdistritos (a designação “bairro”, porém, não existe oficialmente, embora seja usualmente aplicada pela população). Os atuais distritos foram criados pela lei municipal nº 11 220 de 20 de maio de 1992, e as atuais subprefeituras pela lei municipal n° 13 399, de 1 de agosto de 2002.[163][164] As subprefeituras estão oficialmente agrupadas em nove regiões (ou “zonas”), levando em conta a posição geográfica e história de ocupação. Entretanto, há certos órgãos e instituições (companhias telefônicas, zonas eleitorais, etc.) que adotam uma divisão diferente da oficial.[149] Cabem às subprefeituras os serviços ordinários à população, dessa forma, descentralizando alguns serviços rotineiros.[149]
A divisão política oficial da cidade leva em conta tanto características histórico-culturais dos diferentes bairros de São Paulo como fatores de ordem prática (como a divisão de duas subprefeituras em uma avenida importante). Porém, muitas vezes tal divisão não reflete a percepção socioespacial que a população local tem dos lugares: há regiões da cidade que não são oficialmente reconhecidas pela prefeitura, de forma que sua delimitação seja informal e abranja diferentes distritos e subprefeituras, mantendo o nome por tradição, contiguidade física ou facilidade de localização. O fenômeno tende a se repetir na cidade inteira e considerado de forma ampla, pode levar a uma não identificação dos moradores com as instâncias políticas locais.[149]
Além da divisão política, há também uma divisão em nove zonas geográficas, cada uma delas representada por cores diferentes nas placas de ruas e na cor dos ônibus que circulam na região. Essas regiões são estabelecidas radialmente, usando apenas critérios topográficos, e, salvo algumas exceções, não têm uma homogeneidade urbana, nem qualquer distinção administrativa, com exceção do centro histórico e do centro expandido, onde vigora o rodízio municipal.[165]
Subprefeituras do município de São Paulo[166] | ||||||||
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Região | Área | População | Região | Área | População | |||
1 | Aricanduva/Vila Formosa | 21,5 km² | 266 838 | 17 | Mooca | 35,2 km² | 305 436 | |
2 | Butantã | 56,1 km² | 345 943 | 18 | Parelheiros | 353,5 km² | 110 909 | |
3 | Campo Limpo | 36,7 km² | 508 607 | 19 | Penha | 42,8 km² | 472 247 | |
4 | Capela do Socorro | 134,2 km² | 561 071 | 20 | Perus | 57,2 km² | 109 218 | |
5 | Casa Verde/Cachoeirinha | 26,7 km² | 313 176 | 21 | Pinheiros | 31,7 km² | 270 798 | |
6 | Cidade Ademar | 30,7 km² | 370 759 | 22 | Pirituba/Jaraguá | 54,7 km² | 390 083 | |
7 | Cidade Tiradentes | 15 km² | 248 762 | 23 | Sé | 26,2 km² | 373 160 | |
8 | Ermelino Matarazzo | 15,1 km² | 204 315 | 24 | Santana/Tucuruvi | 34,7 km² | 327 279 | |
9 | Freguesia do Ó/Brasilândia | 31,5 km² | 391 403 | 25 | Jaçanã/Tremembé | 64,1 km² | 255 435 | |
10 | Guaianases | 17,8 km² | 283 162 | 26 | Santo Amaro | 37,5 km² | 217 280 | |
11 | Ipiranga | 37,5 km² | 427 585 | 27 | São Mateus | 45,8 km² | 422 199 | |
12 | Itaim Paulista | 21,7 km² | 358 888 | 28 | São Miguel Paulista | 24,3 km² | 377 540 | |
13 | Itaquera | 54,3 km² | 488 327 | 29 | Sapopemba | 13,4 km² | 296 042 | |
14 | Jabaquara | 14,1 km² | 214 200 | 30 | Vila Maria/Vila Guilherme | 26,4 km² | 302 899 | |
15 | Lapa | 40,1 km² | 270 102 | 31 | Vila Mariana | 26,5 km² | 311 019 | |
16 | M’Boi Mirim | 62,1 km² | 523 138 | 32 | Vila Prudente | 33,3 km² | 480 823 |
São Paulo possui o maior PIB dentre as cidades brasileiras, o décimo maior do mundo e, segundo projeção da PricewaterhouseCoopers, será o sexto maior em 2025.[14] Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, seu Produto Interno Bruto (PIB) foi de 687 035 889,61 reais, o que equivale a cerca de 11% do PIB brasileiro, 34% do PIB, assim como 36% de toda a produção de bens e serviços, do estado de São Paulo,[168] e 21% da economia da região sudeste.[169]
De acordo com uma pesquisa divulgada Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), se fosse um país, a cidade de São Paulo poderia ser classificada como a 36.ª maior economia do mundo, acima de nações como Portugal, Finlândia e Hong Kong. De acordo com o mesmo estudo, o município sedia 63% dos grupos internacionais instalados no país e 17 dos 20 maiores bancos.[170]
Sua região metropolitana possui um PIB de cerca de 613 bilhões de reais (dados de 2009).[171] Segundo dados do IBGE, a rede urbana de influência exercida pela cidade no resto do país abrange 28% da população e 40,5% do PIB brasileiro.[172]
A capital paulista é a sexta cidade do mundo em número de bilionários, segundo a listagem da revista Forbes considera como referência o endereço principal dos 1 210 bilionários da lista de 2011 feita pela revista, com base em valores convertidos para o dólar norte-americano.[173] Entretanto, a crise financeira de 2008-2009 afetou a renda média domiciliar per capita dos moradores de São Paulo, que, em 2008, era de 816,40 reais, o que posiciona a cidade na oitava colocação no ranking das capitais brasileiras, atrás de Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.[174]
Segundo pesquisa da consultoria Mercer sobre o custo de vida para funcionários estrangeiros, São Paulo está entre as dez cidades mais caras do mundo, classificada na décima posição em 2011, 11 postos acima de sua classificação de 2010, e na frente de cidades como Londres, Paris, Milão e Nova Iorque.[175][176]
Um dos maiores centros financeiros do Brasil e do mundo, São Paulo passa hoje por uma transformação em sua economia. Durante muito tempo a indústria constituiu uma atividade econômica bastante presente na cidade, porém São Paulo tem atravessado nas últimas três décadas uma clara mudança em seu perfil econômico: de uma cidade com forte caráter industrial, o município tem cada vez mais assumido um papel de cidade terciária, pólo de serviços e negócios para o país. Em São Paulo, por exemplo, está sediada a B3 (sigla de Brasil, Bolsa, Balcão), a bolsa oficial do Brasil. A B3 tinha em 2017, um patrimônio de 13 bilhões de dólares.[19] São Paulo ficou em segundo lugar depois de Nova Iorque no ranking bi-anual da revista FDI das “Cidades do Futuro” 2013/14 nas Américas, e foi nomeada a cidade latino-americana do Futuro 2013/14, ultrapassando a Santiago de Chile, a primeira cidade na classificação anterior. Santiago agora ocupa o segundo lugar, seguido por Rio de Janeiro,[178] o estudo também indica que São Paulo recebeu mais Investimentos Estrangeiros Diretos que Nova Iorque.[179]
O município tem alguns centros financeiros espalhados por seu território, concentrados na região das subprefeituras da Sé, Pinheiros e Santo Amaro. O principal e mais famoso deles a avenida Paulista, que abriga sedes de bancos, multinacionais, hotéis, consulados e se impõe como um dos principais pontos turísticos e culturais da cidade. O centro da cidade, que apesar de ter sido ofuscado pelas centralidades econômicas mais recentes, abriga a bolsa de valores, diversas empresas e hotéis. Além destes, outras regiões que se destacam por sua intensa e moderna verticalização, pela presença de hotéis de luxo e empresas multinacionais são as regiões das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Luís Carlos Berrini.[180]
Muitos analistas também têm apontado São Paulo como uma importante “cidade global” (ou “metrópole global”, classificação dividida apenas com o Rio de Janeiro entre as cidades brasileiras[181]). Como cidade global, São Paulo tem acesso às principais rotas aeroviárias mundiais, às principais redes de informação, assim como sedia filiais de empresas transnacionais de importância global, além de importantes instituições financeiras, mesmo estando conectada marginalmente aos fluxos transnacionais de pessoas, investimentos e empregos.[182]
O urbanista João Sette Whitaker Ferreira, entretanto, considera que a desigualdade social e a segregação espacial descaracterizam São Paulo como uma cidade global.[183] Apesar de ser o centro financeiro do país, São Paulo apresenta também alto índice de negócios ligados à economia informal.[184] Neste mesmo cenário, segundo dados de 2001 da prefeitura do município,[185] cerca de 10% dos paulistanos vivia abaixo da linha de pobreza.
A cidade de São Paulo também tem se consolidado em um polo de comércio de produtos contrabandeados, pirateados e falsificados,[186] em geral localizados em alguns pontos do centro da cidade como a Rua 25 de Março, a rua Santa Ifigênia e áreas próximas a estações de metrô. Os artigos em geral são CDs com versões piratas de softwares, filmes ou álbuns em CD e DVD,[187] ou então acessórios e itens de vestuário, principalmente mochilas e tênis de marcas internacionais, entre outros artigos. Nos últimos anos, porém, tem crescido a apreensão desses artigos pirateados.[188]
São Paulo destaca-se mais como uma cidade marcada pelo turismo de negócios que pelo turismo recreativo. Grandes redes de hotéis cujo público-alvo é o corporativo estão instaladas na cidade e possuem filiais espalhadas em várias das suas centralidades. Toda a infraestrutura para eventos da cidade faz com que ela seja sede de 75% das principais feiras do país. Dentre as principais, estão o Salão do Automóvel de São Paulo, a Couromoda e a Francal, entre outras.[189] A cidade ainda promove uma das mais importantes semanas de moda do mundo, a São Paulo Fashion Week, sendo um dos principais centros geradores de tendências em moda.[190]
O turismo cultural também possui relevância para a cidade, especialmente quando se têm em vista os vários eventos internacionais que ocorrem na metrópole, como a Bienal de Artes de São Paulo e os vários espetáculos de celebridades estrangeiras que, quando se apresentam no Brasil, escolhem poucas metrópoles.[189] Além disso, a Parada do orgulho LGBT de São Paulo, que acontece desde 1997 na Avenida Paulista em prol do combate à homofobia, é o evento que atrai mais turistas à cidade.[191]
A cidade possui inúmeras atividades culturais e uma vida noturna que é considerada umas das melhores do país. Há diversos cinemas, teatros, museus e centros culturais, alguns atendendo a parcela de maior poder aquisitivo, outros contemplando mais o público popular, o que leva muitos a dizerem que “sempre há um programa para se fazer em São Paulo”. A rua Oscar Freire, de acordo com a Mystery Shopping International, foi eleita uma das oito ruas mais luxuosas do mundo,[177] e São Paulo, a 25ª “cidade mais cara” do planeta.[192]
De acordo com a International Congress & Convention Association (ICCA), São Paulo ocupa o primeiro lugar entre as cidades que mais recebem eventos internacionais na América e a 12ª posição no mundo, depois de Viena, Paris, Barcelona, Singapura, Berlim, Budapeste, Amsterdã, Estocolmo, Seul, Lisboa e Copenhague.[193] De acordo com um estudo feito pela MasterCard em 130 cidades ao redor do mundo, a capital paulista foi o terceiro destino mais visitado da América Latina (atrás da Cidade do México e de Buenos Aires), com 2,4 milhões de viajantes estrangeiros, que gastaram 2,9 bilhões de dólares em 2013 (o valor mais alto entre as cidades da região). Além disso, estima-se que a metrópole se torne a mais visitada da América Latina até 2017.[194] Em 2014, a CNN classificou a vida noturna paulistana como a quarta melhor do mundo, atrás apenas de Nova York, Berlim e Ibiza, na Espanha, que ficou no primeiro lugar.[195]
A diversidade de povos e culturas que construíram a cidade faz também com que a rica gastronomia da região seja por si só um grande atrativo turístico. Essa afirmação pode ser comprovada através da ampla variedade gastronômica da cidade, que abrange mais de 50 tipos de culinária. Durante o 10º Congresso Internacional de Gastronomia, Hospitalidade e Turismo (CIHAT) realizado em 1997, a cidade recebeu o título de “Capital Mundial da Gastronomia” de uma comissão formada por representantes de 43 nações.[196] O município tem ganhado espaço em diversos jornais internacionais (ex.: The New York Times, The Wall Street Journal e CNN), que demonstram a pluralidade cultural da capital paulista para todo o mundo.[197]
Desde o começo do século XX, São Paulo é o principal centro econômico da América Latina. Com a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais e a Grande Depressão, as exportações do café aos Estados Unidos e Europa foram fortemente afetadas, forçando os ricos cafeicultores a investir nas atividades industriais que transformariam São Paulo no maior centro industrial do Brasil. As novas vagas de trabalho contribuíram para atrair um número significativo de imigrantes (sobretudo da Itália)[116] e de migrantes, especialmente dos estados do Nordeste.[122] De uma população de apenas 32 mil pessoas em 1880, São Paulo passa a ter 8,5 milhões de habitantes em 1980. O rápido crescimento demográfico trouxe como consequência inúmeros problemas para a cidade.[101]
São Paulo é praticamente toda servida pela rede de abastecimento de água potável.[198] A cidade consome uma média de 221 litros de água/habitante/dia enquanto a ONU recomenda o consumo de 110 litros/dia. A perda de água é de 30,8%.[199] No entanto entre 11 a 12,8% das residências não possui rede de esgoto, depositando dejetos em fossas e valas.[198] Sessenta por cento do esgoto coletado é tratado.[199] Segundo dados do IBGE e da Eletropaulo a rede elétrica atende quase 100% das residências. A rede de telefonia fixa ainda é precária, com cobertura de 67,2%.[198] A coleta de lixo domiciliar cobre todas as regiões do município mas ainda é insuficiente, atingindo cerca de 94% da demanda, em distritos como Parelheiros e Perus.[198] Cerca de 80% do lixo produzido diariamente pelos paulistanos é exportado para outras cidades, como Caieiras e Guarulhos.[200] A reciclagem atinge cerca de 1% das 15 mil toneladas de lixo produzidas diariamente.[200]
São Paulo possui uma miríade de tecidos urbanos. Os núcleos originais da cidade apresentam-se verticalizados, caracterizados pela presença de edifícios comerciais e de serviços; e as periferias desenvolvem-se, de forma geral, com edificações de dois a quatro andares – embora tal generalização certamente encontre exceções no tecido da metrópole. Comparada a outras cidades globais (como as cidades-ilha de Nova Iorque e Hong Kong), porém, São Paulo é considerada uma cidade de “edifícios baixos”. Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares, e a média entre os edifícios residenciais é de vinte. Todavia, é a terceira cidade no mundo em quantidade de prédios, de acordo com a página especializada em pesquisa de dados sobre edificações Emporis Buildings,[201] além de possuir o maior arranha-céu do país, o Mirante do Vale, também conhecido como Palácio Zarzur Kogan, com 170 metros de altura.[202]
São comuns as seguintes regiões, caracterizadas de acordo com seu tecido urbano:
Tal heterogeneidade de tecidos, porém, não é tão previsível quanto o modelo genérico pode fazer imaginar. Algumas regiões centrais da cidade passaram a concentrar indigentes, tráfico de drogas, comércio ambulante e prostituição, o que incentivou a criação de novas centralidades do ponto de vista socioeconômico. A caracterização de cada região da cidade também passou por várias mudanças ao longo do século XX. Com o deslocamento de indústrias para outras cidades ou estados, várias áreas que antes abrigavam galpões de fábricas transformaram-se em áreas comerciais ou mesmo residenciais.[205]
A mais caracterizada mudança no perfil econômico da cidade, porém, é o chamado vetor sudoeste, área da cidade que engloba as regiões oeste e centro-sul. A expressão refere-se à tendência do mercado imobiliário (e das empresas em geral) em “levar” o centro da cidade para regiões antes consideradas periféricas, seguindo em geral a direção nordeste-sudoeste, com algumas poucas exceções. Esta tendência pode ser acompanhada desde as primeiras décadas do século XX: partindo da região do Triângulo histórico (núcleo original da cidade), a centralidade socioeconômica da cidade (que difere da centralidade geográfica) passou para a região do Centro Novo (do outro lado do Vale do Anhangabaú), e mais tarde para a região da avenida Paulista.[205]
Nas últimas duas décadas do século XX, este processo tem levado tal centralidade principalmente para a região das avenidas Faria Lima e Berrini. Fora dessa região, existem também outras áreas como os distritos de Tatuapé e Santana, que também se desenvolveram e tornaram-se centralidades socioeconômicas regionais, funcionando ainda como pólo de comércio, serviços e lazer para outras localidades fora do eixo de desenvolvimento principal do município.[205]
As regiões que permanecem afastadas destas centralidades acabam, na maioria dos casos, servindo como bairros-dormitórios. Isto se deve ao processo de planejamento urbano da cidade ao longo do século XX, que manteve as áreas de habitação popular isoladas das centralidades principais do município.[206] Ao crescimento demográfico estiveram associados processos de especulação imobiliária que aceleraram a ocupação de áreas periféricas com pouca infraestrutura, em alguns casos fomentados pelos próprios programas urbanísticos estatais de habitação popular.[207] Nas últimas décadas, algumas famílias de baixa renda passaram a ocupar irregularmente regiões de mananciais.[208]
A constante mudança da paisagem paulistana devido às alterações tecnológicas de seus edifícios tem sido uma característica marcante da cidade, apontada por estudiosos como Benedito Lima de Toledo. Segundo Toledo, em um período de um século, entre meados de 1870 e 1970 a cidade de São Paulo foi praticamente demolida e reconstruída no mínimo três vezes. Estes três períodos são caracterizados pelos processos construtivos típicos de suas épocas: em um primeiro momento a cidade apresentava-se como um emaranhado de construções em taipa de pilão, situação que perdurou desde o período colonial até as últimas décadas do século XIX.[205]
No início do século XX, a cidade foi rapidamente transformada e passou a apresentar-se como uma cidade de alvenaria, importando métodos de construção e arquiteturas europeias. Enfim, com a necessidade de verticalização e expansão e a popularização de avanços tecnológicos, a cidade foi novamente demolida e reconstruída em concreto armado e metal, constituindo parte da paisagem atual. De cada um dos períodos anteriores restam poucos exemplares: algumas poucas residências bandeiristas preservadas e o Museu de Arte Sacra de São Paulo são os únicos resquícios da “cidade de taipa”. Da mesma maneira, da “cidade de alvenaria”, são preservados ainda edifícios como o da Pinacoteca do Estado.[205]
No entanto, segundo dados do censo de 2000 do IBGE, da fundação SEADE e de pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo no período 2000-2004,[209] o município apresentava até aquele momento um déficit de aproximadamente 800 mil unidades habitacionais. Isto equivaleria, segundo tais pesquisas, a aproximadamente três milhões de cidadãos sem acesso à habitação formal ou em habitações precárias: nestes números constam a população de loteamentos clandestinos e irregulares, a população moradora de favelas e a população moradora de cortiços.[210] Tal déficit equivaleria, segundo alguns autores, a aproximadamente um décimo de todo o déficit habitacional nacional (estimado em aproximadamente oito milhões de unidades[211]). Em 2006, dos 1 522,986 km² do município de São Paulo, 31 km² eram ocupados por mais de duas mil favelas.[212]
Aliado ao problema do déficit habitacional está o fato de que, ainda segundo dados das pesquisas em distritos censitários do IBGE e da fundação SEADE, a cada ano as áreas centrais da cidade – correspondentes às regiões centrais tradicionais e àquelas ligadas ao já citado vetor sudoeste – apresentam uma taxa negativa de crescimento demográfico (de -5% entre 2000 e 2008).[213]
São Paulo possui um histórico de ações, projetos e planos ligados ao urbanismo e ao planejamento urbano que podem ser traçados até as administrações de Antônio da Silva Prado, Barão de Duprat, Washington Luís e completado por Francisco Prestes Maia. Porém, de uma forma geral, a cidade constituiu-se ao longo do século XX, saltando de vila à metrópole, por meio de uma série de processos informais ou irregulares de expansão urbana.[215]
Desta forma, São Paulo difere consideravelmente de cidades brasileiras como Belo Horizonte e Goiânia, cuja expansão inicial seguiu determinações de um plano e de um projeto urbano original, ou de uma cidade como Brasília, cujo plano piloto fora inteiramente desenhado previamente à construção da cidade.[215]
Por outro lado, a sucessão de loteamentos periféricos e dos processos de requalificação e reconstrução de tecidos já consagrados, comuns na cidade ao longo de sua evolução, foi eventualmente acompanhada de planos urbanísticos que tentavam ordenar segundo diretrizes de planejamento a lógica informal própria da constituição da cidade. Se as primeiras intervenções de Prado e Teodoro possuíam caráter pontual, tais planos procuraram, ora setorialmente integrados e ora isolados, a definição de padrões a serem seguidos na produção de novos espaços urbanos e na regulação dos anteriores.[215]
A eficácia histórica de tais planos em cumprir aquilo a que, aparentemente, se propunham, porém, tem sido apontada por alguns planejadores e historiadores diversos como questionável. Por outro lado, outros destes mesmos estudiosos alegam que tais planos foram produzidos visando o benefício exclusivo das camadas mais abastadas da população, enquanto as camadas populares ficariam relegadas aos processos informais tradicionais.[216]
Em São Paulo, até meados da década de 1950, os planos apresentados para a cidade ainda possuíam um caráter haussmanniano, ou seja, eram baseados na ideia de “demolir e reconstruir”. Podem-se citar planos como os apresentados pelo então prefeito Prestes Maia para o sistema viário paulistano (conhecido como Plano de Avenidas) ou o de Saturnino de Brito para as marginais do rio Tietê.[215]
Em 1968 é proposto o Plano Urbanístico Básico que se desdobraria no Plano Diretor Integrado de Desenvolvimento de São Paulo, desenvolvido durante a gestão de Figueiredo Ferraz. O principal resultado deste plano foi aquilo que ficou conhecido como lei de zoneamento e que vigorou até 2004, quando foi substituída pelo atual Plano Diretor. Naquele zoneamento, aprovado em 1972, notava-se uma clara proteção às chamadas Z1 (zonas cuja definição de uso era exclusivamente residencial e era destinada às elites da cidade) e uma certa indefinição da maior parte da cidade, classificada como Z3 (vagamente regulamentada como “zona mista” mas sem definições mais claras a respeito de suas características). Desta forma, tal zoneamento incentivou o crescimento de bairros periféricos dotados de edifícios de baixo gabarito aliados a processos de especulação imobiliária ao mesmo tempo que valorizava regiões nas quais se permitia construir edifícios altos.[217]
São Paulo é um dos principais polos de saúde na América Latina. Entre seus melhores hospitais estão o israelita Hospital Albert Einstein, classificado como o melhor da América Latina,[218] o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o maior complexo hospitalar latino-americano,[219] o Hospital Sírio-Libanês e o Instituto do Câncer, o maior centro de oncologia da América Latina.[220]
O município é a sede de instituições de todos os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. O setor privado de saúde também é relevante e a grande parte dos melhores hospitais brasileiros está localizada na cidade. Os serviços públicos de saúde são geralmente de responsabilidade do governo municipal e estão espalhados por todo o território municipal, com um total de 770 unidades básicas de saúde (UBS), clínicas ambulatoriais e de emergência, e 17 hospitais.[221]
A Secretaria Municipal de Saúde tem 59 mil funcionários, entre eles mais de 8 mil médicos e 12 mil enfermeiros. Em setembro de 2009, a cidade de São Paulo tinha 32 553 ambulatórios, centros e escritórios de profissionais (médicos, dentistas e outros); 217 hospitais, com 32 554 leitos; 137 745 profissionais de saúde, sendo 28 316 médicos.[221]
A cidade de São Paulo sofre um problema comum a outras grandes metrópoles mundiais: o grande congestionamento de carros em suas principais vias. O transporte coletivo, no entanto, representa um papel fundamental no dia a dia da metrópole. São Paulo conta com uma imensa estrutura de linhas de ônibus, com uma frota de cerca de quinze mil unidades[222] entre ônibus comuns e articulados (cerca de 10 mil), trólebus (215 veículos) e micro-ônibus (cerca de 5 mil). Em 2003, iniciou-se uma grande reformulação no sistema de transporte público na cidade que reduziu significativamente o grande número de lotações clandestinas, que em sua maioria foram recadastradas e organizadas em cooperativas.[223]
Na cidade, em média, existe um veículo para cada dois habitantes, totalizando mais de 6 milhões de unidades somente.[224] Além disso, São Paulo possui a terceira maior frota de táxis da América Latina[225] e a maior frota de helicópteros do mundo.[226]
Os trens da CPTM, o Metrô e o sistema de interligação entre eles completam o sistema municipal e estadual de transporte na cidade.
O sistema viário do município é notadamente heterogêneo, especialmente do ponto de vista rodoviário. A cidade é cortada por duas grandes vias que têm papel estruturador, tanto na escala infraurbana quanto na metropolitana: a Marginal Tietê e a Marginal Pinheiros. Estas duas “artérias” são consideradas as principais vias estruturais (ou vias expressas) do município, sendo que, a elas, conectam-se diversas rodovias estaduais e federais, dentre as quais a Anchieta, Anhanguera, Raposo Tavares, Dutra (acesso ao Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro), Fernão Dias (acesso a Belo Horizonte), Imigrantes (acesso à Praia Grande), Bandeirantes (acesso à região de Campinas), Castelo Branco e Ayrton Senna (acesso à Guararema). Está em construção o Rodoanel Mário Covas, que permitirá o acesso a vários municípios da região metropolitana de São Paulo.[227]
Com uma frota de 5 392 692 veículos em 2007,[228] estima-se que São Paulo alcançou uma taxa de motorização de 0,454 veículos por habitante, o que corresponde aproximadamente a um veículo para cada dois habitantes. A taxa média no Brasil é de 0,24, o que coloca São Paulo entre os municípios com maior nível de motorização do país, superado só por alguns como São Caetano do Sul (0,739), Curitiba (0,545) e Goiânia (0,512).[229]
O congestionamento de veículos na cidade é recorrente, principalmente, mas não restrito, aos horários de pico. Desde 1996, a prefeitura adota medidas paliativas para amenizar os problemas causados pelo trânsito, como a adoção do Rodízio Municipal, a restrição de estacionamentos (Zona Azul) e de circulação de caminhões e veículos de carga. O recorde de congestionamento da cidade foi o de 344 km, em maio de 2014.[230]
Hoje, como medidas para solucionar o problema do trânsito, investe-se a ampliação do metrô, na construção de mais corredores de ônibus, no alargamento da Marginal Tietê e na construção do Rodoanel Metropolitano e existem estudos para uma futura implementação de pedágio urbano.[231]
Em relação ao transporte aéreo a cidade possui dois principais aeroportos: Aeroporto de Congonhas/São Paulo,[232] que serve voos domésticos e o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos,[233] localizado na município de Guarulhos, que serve voos domésticos e internacionais, sendo um dos principais aeroportos internacionais do Brasil, além destes aeroportos possui o Aeroporto Campo de Marte[234] que serve para helicópteros e aviões de pequeno porte. Com exceção do aeroporto internacional de Guarulhos, concedido à iniciativa provada pelo governo federal,[235] todos estes centros aeroviários são operados pela estatal Infraero.
Os sistemas de transporte público também apresentam certa heterogeneidade e, eventualmente, alguma contraditoriedade. São comuns críticas ao sistema no sentido de que os vários sistemas que o compõem não respondem a uma mesma autoridade de planejamento, o que resultaria em situações paradoxais e duplicação de esforços. Tal fato se deve, primariamente, pelo fato de os dois principais meios de transporte público (o metrô e os ônibus) serem administrados por esferas diferentes: o Metrô de São Paulo,[237] a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)[238] e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU),[239] são empresas cujo sócio principal é o Estado de São Paulo, enquanto o sistema de ônibus municipais (composto por diversas empresas particulares) responde à São Paulo Transporte (SPTrans), entidade municipal.[240]
Na zona norte da cidade encontra-se o Terminal Rodoviário Tietê, o segundo maior do mundo,[236] que possui linhas de ônibus para diversos municípios paulistas e para muitos outros estados do país, além de linhas para outros países sul-americanos, como Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e Peru.[241][242] É integrado à estação do metrô Portuguesa-Tietê.[243] Existem também outros terminais rodoviários, como o Terminal Intermodal da Barra Funda (zona oeste), com destinos para outros estados brasileiros, e o Terminal Intermunicipal Jabaquara (zona sul), com linhas de ônibus para várias cidades do litoral paulista.[241]
A malha metro–ferroviária da cidade tem 335 quilômetros de extensão, sendo 75 quilômetros de linhas administradas pelo Metrô de São Paulo (34,6 quilômetros inteiramente subterrâneo), com cinco linhas em operação e 63 estações de embarque,[244] e 258 quilômetros de linhas administradas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A CPTM e o Metrô transportam em média 5,9 milhões de pessoas por dia,[245] e algumas linhas subterrâneas que estão sendo construídas vão adicionar ainda mais passageiros ao sistema dentro dos próximos cinco anos.
Segundo dados da administração atual espera-se expandir o sistema de trens urbanos de São Paulo para mais de 500 quilômetros nos próximos 10 anos.[246] O The Metros, principal premiação do setor metroviário no mundo, fez uma conferência no dia 23 de março de 2010, no Reino Unido, que analisou os 70 maiores metropolitanos do mundo, que deu resultado como o de São Paulo o melhor metrô das Américas, superando a dos Estados Unidos, Canadá e México.[247]
A cidade de São Paulo tem um sistema de ensino primário e secundário, público e privado, e uma variedade de profissionais de escolas técnicas. Com 2 725 estabelecimentos de ensino fundamental, 2 998 unidades pré-escolares e 1 199 escolas de nível médio, a rede de ensino da cidade é a mais extensa do país.[248] Ao total, são 2 850 133 matrículas e 153 284 docentes registrados.[248] Contemplado por expressivo número de renomadas instituições de ensino e centros de excelência, São Paulo é o maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 28% da produção científica nacional (segundo dados de 2005)[17][249] e por mais de 40% das patentes produzidas no país.[18]
O fator “educação” do IDH no município atingiu em 2010 a marca de 0,725 – patamar considerado alto, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)[8] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,9%, superior apenas à porcentagem verificada nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte.[250][251] Os melhores distritos classificados pelo IDH em educação são Moema, Jardim Paulista e Pinheiros, os piores são Marsilac, Jardim Ângela e Grajaú.[107]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, São Paulo obteve a nona colocação entre as capitais brasileiras.[252] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2007, três escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores no exame, sendo os colégios Vértice, Bandeirantes e Móbile os respectivos terceiro, décimo quarto e vigésimo colocados.[253] Contudo – e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole –, em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor certas barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das causas preponderantes à evasão ou ao aprendizado carencial.[254]
No cenário atual, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas. Entre as muitas instituições de ensino superior, podem-se destacar o Instituto Federal de São Paulo (IFSP),[256] a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),[257] a Universidade Estadual Paulista (UNESP)[258] e a Universidade de São Paulo (USP), criada em 1934, quando incorporou a histórica Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco.[249]
Entre as universidades públicas, a USP é aquela com o maior número de vagas de graduação e de pós-graduação no Brasil, sendo responsável também pela formação do maior número de mestres e doutores do mundo,[259] bem como responsável por metade de toda a produção científica do estado de São Paulo e mais de 25% da brasileira.[260] Como o Brasil é responsável por cerca de 2% da produção mundial, pode-se dizer que a USP é responsável por 0,5% das pesquisas do mundo.[259]
Instituições filiadas à USP incluem o Instituto Butantan, pólo de pesquisa biomédica fundado em 1901, e atualmente vinculado à Secretaria de Saúde de São Paulo, fabrica antígenos e vacinas diversos, e é o maior produtor nacional de soros antiofídicos.[261] Centro de renome internacional em pesquisa científica de animais peçonhentos, conta com 14 laboratórios e um núcleo de biotecnologia.[262]
O município também possui universidades particulares de grande reputação nacional e internacional, como o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo,[263] Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)[264] e a Universidade Presbiteriana Mackenzie,[265] além de diversos institutos de ensino superior e pesquisa em áreas específicas, entre os quais podem ser destacados a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) (engenharia, artes e ciências humanas),[266] a Fundação Getúlio Vargas (FGV) (administração e direito)[267] e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).[268]
São Paulo é considerada polo cultural no Brasil, tendo-se consolidado como local de origem de toda uma série de movimentos artísticos e estéticos ao longo da história do século XX. Apesar de tradicionalmente rivalizar com o Rio de Janeiro o status de sede das principais instituições culturais do país, é em São Paulo que existe o maior mercado para a cultura, tendo hoje se consolidado como uma das principais capitais culturais do Brasil e da América Latina.[269]
A cultura da cidade de São Paulo foi largamente influenciada pelos diversos grupos de imigrantes que ali se estabeleceram, principalmente italianos. São Paulo possui uma ampla rede de teatros, casas de show e espetáculo, bares e grandes eventos culturais como a Bienal de São Paulo, Virada Cultural e o São Paulo Jazz Festival. Instituições de ensino, museus e galerias de arte não raro empregam superlativos em suas descrições (sedia, por exemplo, a maior universidade pública do país — a Universidade de São Paulo — a maior universidade privada — a Universidade Paulista — e a maior casa de espetáculos do país, o Credicard Hall).[270]
Entre os museus mais famosos da cidade estão Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museu do Ipiranga, o Museu de Arte Sacra, o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras instituições de renome. Também abriga um dos cinco maiores parques zoológicos do mundo, o Parque Zoológico de São Paulo.[271]
A literatura na cidade de São Paulo começa com a chegada dos missionários da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, no início do século XVI. Os padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta são considerados os fundadores da capital paulista.[272]
Durante o século XIX a cidade teve grandes nomes da literatura como o escritor Álvares de Azevedo, representante da fase ultrarromântica do romantismo. Porém, os escritores paulistanos só atingem independência cultural e projeção nacional no início do século XX, com o movimento modernista brasileiro, principalmente após a realização da Semana de Arte Moderna em 1922.[273] Durante essa época surgem importantes escritores da literatura brasileira como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, responsáveis pela introdução do modernismo no país e produtores de uma extensa e importante obra literária, dramatúrgica e crítica para a cultura brasileira.[274]
A cidade possui nomes de renome como Adoniran Barbosa, cujos sucessos mais lembrados são Saudosa Maloca e Trem das Onze, e os Demônios da Garoa, grupo de samba da década de 1940 ainda em atividade considerado o “Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade”.[277] O município também foi o berço de várias bandas de rock nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como os Os Mutantes,[278] o Ultraje a Rigor e os Titãs.[279]
Entre os cantores paulistanos contemporâneos de maior reconhecimento, estão artistas como Ana Cañas, Criolo, Emicida, Maria Gadú, Maria Rita, Mallu Magalhães, Marcelo Jeneci, Racionais MC’s, Tiê, entre outros. São Paulo também é um dos principais centros de música erudita do Brasil, sendo local de nascimento de compositores internacionalmente reconhecidos como Osvaldo Lacerda e Amaral Vieira, e palco durante o ano todo de apresentações de concertos e óperas em suas diversas salas, como a Sala São Paulo, o Teatro Municipal de São Paulo, o Teatro São Pedro e o Teatro Alfa. A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é considerada o melhor conjunto sinfônico da América Latina.[280]
São Paulo é um dos principais centros de comunicação do Brasil e da América Latina, por reunir em seu território a sede de vários grandes grupos de comunicação. Dois dos jornais mais influentes do país[281] são publicados na cidade, ambos com reputação internacional: a Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo (o jornal mais antigo da cidade ainda em circulação).[282]
No campo da televisão, a cidade foi pioneira com a criação da primeira emissora do país, a TV Tupi, pelo empresário Assis Chateaubriand, em setembro de 1950.[283] A cidade também foi pioneira em publicidade, sendo que nela foi instalada a primeira agência de publicidade do país, chamada “A Eclética”, em 1914. Atualmente, o município é um grande centro publicitário nacional e internacional.[284] São Paulo também concentra um grande número de editoras que produzem algumas das principais publicações do Brasil. Entre elas destaca-se o Grupo Abril.[285]
A cidade sedia eventos esportivos de importância nacional e internacional, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado no Autódromo de Interlagos, o São Paulo Indy 300, evento que faz parte da IndyCar Series e é realizado no Circuito Anhembi,[286][287] e o Aberto de São Paulo de Tênis, realizado no Complexo de Tênis do Parque Villa-Lobos.
Também realiza-se na cidade a tradicional Corrida de São Silvestre. Entre os principais eventos dos quais São Paulo foi sede, estão a Copa do Mundo FIFA de 1950,[288] os Jogos Pan-Americanos de 1963[289] e o Mundial Interclubes de 2000,[290] além de ser a cidade-sede que recebeu a Abertura da Copa do Mundo FIFA de 2014 (e mais cinco partidas do mesmo torneio).[291] A cidade conta também com um Jockey Club, onde a primeira corrida aconteceu em 29 de outubro de 1876.[292]
O município é sede de três grandes clubes brasileiros de futebol: Palmeiras, Corinthians, e São Paulo. Além do chamado “Trio de Ferro“, ainda conta com outras agremiações futebolísticas, como a Portuguesa, o Juventus, o Nacional e o Barcelona.[293]
Além dos clubes atuais, São Paulo teve vários clubes históricos na “Era Amadora do Futebol Paulista” que conquistaram o Campeonato Paulista de Futebol no início do século XX, se destacando o São Paulo Athletic, primeiro campeão paulista e único clube brasileiro pelo qual jogou Charles Miller que trouxe o futebol para o Brasil,[294] o Paulistano e a AA das Palmeiras que seus dissidentes se juntariam para formar o São Paulo FC,[295] o Germânia que foi obrigado a trocar de nome durante a Segunda Guerra Mundial e passou a se chamar Esporte Clube Pinheiros, que até hoje é um importante clube da cidade,[296] o Americano, o Internacional e o São Bento completam os clubes históricos de São Paulo que conquistaram o Campeonato Paulista.[297]
A cidade conta com cinco grandes estádios: Morumbi, do São Paulo FC;[298] Pacaembu, da administração municipal; a arena Allianz Parque da S.E. Palmeiras;[299] Estádio do Canindé, da Portuguesa de Desportos[298] e a Arena do Corinthians, do Sport Club Corinthians Paulista, localizado em Itaquera, zona leste da cidade, com capacidade planejada para 48 mil pessoas.[300] Conta também com diversos ginásios de vôlei e basquete, quadras de tênis, e muitas outras arenas esportivas, como o Estádio do Ibirapuera, destinado principalmente ao atletismo.[301]
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), também conhecida como Grande São Paulo, é a maior região metropolitana do Brasil, com cerca de 21,5 milhões de habitantes, e uma das dez regiões metropolitanas mais populosas do mundo. Reúne 39 municípios do estado de São Paulo em intenso processo de conurbação.[5] O termo refere-se à extensão da capital paulista, formando com seus municípios lindeiros uma mancha urbana contínua. Ela foi instituída por uma lei federal de 1973. No entanto, sua existência legal e política dependia da aprovação de uma lei estadual específica, de acordo com a Constituição Federal de 1988, no 3.º parágrafo do artigo 25, que atribuiu aos Estados a responsabilidade pela criação das regiões metropolitanas.[6]
A população, segundo a estimativa calculada para 1º de julho de 2018, era de 21 571 281 habitantes. Sua população é superior a de vários países do mundo, como o Chile (17 248 450), Países Baixos (17 100 475) e Portugal (10 487 289), além de ser mais populoso que a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai juntos. Se a Região metropolitana de São Paulo fosse uma nação, seria a 55ª mais populosa do mundo.
Outras regiões próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas do estado, como Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Sorocaba; outras cidades próximas compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Jundiaí.
O chamado Complexo Metropolitano Expandido, megalópole da qual a Grande São Paulo faz parte, ultrapassa os 32,2 milhões de habitantes, aproximadamente 75% da população do estado. As regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo, são interligadas pela aglomeração Urbana de Jundiaí, e formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul, unindo 72 municípios que, juntos, abrigam 12% da população brasileira.[7]
A área da Região Metropolitana da São Paulo – 7 946 quilômetros quadrados[8] – corresponde a menos de um milésimo da superfície brasileira e pouco mais de 3% do território paulista. Tem aproximadamente as mesmas dimensões de algumas nações, como Líbano (10 452 km²) e Jamaica (10 991 km²), e superiores às de países como Luxemburgo (2 586 km²).[carece de fontes]
A área urbanizada compreende 2 200 quilômetros quadrados, ou seja, algo em torno de 221 mil quarteirões. Entre 1962 e 2002, a mancha urbana passou de 874 km² para 2 209 km² – o que, em termos de espaço, é praticamente o mesmo que incorporar, em quarenta anos, uma cidade do porte de Piracicaba. A metrópole sofre com o processo de conurbação, o qual fez com que as cidades perdessem seus limites físicos – devido ao crescimento da área urbana de São Paulo em direção às cidades vizinhas – dando origem a uma mancha urbana contínua.[carece de fontes]
Na prática o clima da Região Metropolitana de São Paulo é o Tropical de altitude, tipo Cwa, porém muitos acreditam ser do tipo Subtropical por estar com a maior parte desta área, um pouco, ao sul do Trópico de capricórnio. A Topografia e a proximidade do mar (Maritimidade), cerca de 70 km, são os principais fatores que influenciam o clima desta imensa região metropolitana. As Frentes Frias que vêm do oceano sobem por baixo e por cima do planalto atingindo a escarpa sul da RMSP sentido Barlavento, soprando a umidade por toda a região. O relevo acima de 760 m de altitude causa um considerável declínio nas temperatura, especialmente durante a noite.[carece de fontes]
Então Considera-se o fato de ser Subtropical pela posição geográfica ao sul deste trópico. Diferentemente do clima Subtropical do restante do país (com precipitações constantes e frequentes o ano todo), o clima Subtropical da Grande São paulo é muito semelhante ao clima Tropical de Altitude Cwa ocorrido em cidades como em São José dos Campos, Campinas e São Carlos. Sendo Assim, o clima de toda a Região Metropolitana de SP, é o Subtropical, tipo Cwa, com invernos secos, e frios para os padrões brasileiros, sendo, estes, pouco frios ou amenos, e apresentando verões úmidos, e relativamente quentes, com temperaturas que raramente ultrapassam os 35 ºC e em condições bastante chuvosas.[carece de fontes]
Em âmbito geral, o clima da RMSP no verão é quente e chuvoso, e no inverno é ameno e subseco, podendo apresentar pequenas variações de temperaturas em diversas partes da mesma, e podendo o clima ser amenizado ou agravado pela presença de fatores que geram microclimas diferenciados entres as cidades da RMSP. Estes climas são diferenciados somente pela presença de áreas mais verdes ou mais elevadas, ou até próximo às escarpas da serra do mar facilitando a umidade pela maritimidade sob alguns municípios do sul da Região Metropolitana. O município mais frio da RMSP é o de Vargem Grande Paulista, pois fatores como ser o mais alto na área urbana, e possuir uma forte presença de Mata Atlântica no seu entorno urbano e dentro do mesmo, facilita a perda de temperatura local, além de ser uma das primeiras áreas significativamente urbanas quando viemos sentido Curitiba-São Paulo, isso faz dela um microclima diferenciado nas proximidades ocidentais da Grande-São Paulo.[carece de fontes]
A Região Metropolitana de São Paulo é o maior polo de riqueza nacional. A renda per capita em 2011 atingiu cerca de R$ 38 348.[4] A metrópole detém a centralização do comando do grande capital privado, concentrando a maioria das sedes brasileiras dos mais importantes complexos industriais, comerciais e principalmente financeiros, que controlam as atividades econômicas no país.[9]
Esses fenômenos fizeram surgir e condensar na região metropolitana uma série de serviços sofisticados, definidos pela íntima dependência da circulação e transporte de informações: planejamento, publicidade, marketing, seguro, finanças e consultorias, entre outros. A região exibe um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 760,04 bilhões (2011).[3] Em 2011 representava 56,32% do PIB paulista.
A Grande São Paulo abriga quatro das trinta cidades com melhor infraestrutura no Brasil, tendo São Paulo em primeiro lugar, São Bernardo do Campo e Guarulhos empatadas na nona posição e Santo André na vigésima-sétima colocação.[10]
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Foto | Município | Área territorial (km²)[8] | População (2018)[1] | PIB (2013)[3] (em mil reais) | IDH-M (2010)[12] |
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Arujá | 96,11 | 88 455 | 2 874,464 | 0,784 alto | |
Barueri | 65,69 | 271 306 | 44 118 662 | 0,786 alto | |
Biritiba Mirim | 317,41 | 32 251 | 569.093 | 0,712 alto | |
Caieiras | 96,10 | 100 129 | 2 815 657 | 0,781 alto | |
Cajamar | 131,33 | 75 638 | 8 728 427 | 0,728 alto | |
Carapicuíba | 34,97 | 400 927 | 5 214 112 | 0,749 alto | |
Cotia | 324,01 | 244 694 | 9 883 959 | 0,780 alto | |
Diadema[13] | 30,80 | 420 934 | 13 428 069 | 0,757 alto | |
Embu das Artes | 70,39 | 270 843 | 8 106 457 | 0,735 alto | |
Embu-Guaçu | 155,63 | 68 856 | 866 632 | 0,749 alto | |
Ferraz de Vasconcelos | 29,57 | 191 993 | 2 592 684 | 0,738 alto | |
Francisco Morato | 49,07 | 174 008 | 1 221 496 | 0,703 alto | |
Franco da Rocha | 133,931 | 152 433 | 2 326 997 | 0,731 alto | |
Guararema | 270,82 | 29 451 | 1 686 845 | 0,731 alto | |
Guarulhos | 318,68 | 1 365 899 | 49 392 842 | 0,763 alto | |
Itapecerica da Serra | 150,87 | 173 672 | 3 138 820 | 0,742 alto | |
Itapevi | 82,66 | 234 352 | 8 506 280 | 0,735 alto | |
Itaquaquecetuba | 82,61 | 366 519 | 5 060 802 | 0,714 alto | |
Jandira | 17,45 | 123 481 | 2 907 439 | 0,760 alto | |
Juquitiba | 522,18 | 31 235 | 419 064 | 0,709 alto | |
Mairiporã | 320,70 | 98 374 | 1 454 761 | 0,788 alto | |
Mauá | 61,87 | 468 148 | 10 220 780 | 0,766 alto | |
Mogi das Cruzes | 712,67 | 440 769 | 12 917 527 | 0,783 alto | |
Osasco | 64,95 | 696 850 | 55 515 707 | 0,776 alto | |
Pirapora do Bom Jesus | 108,52 | 18 604 | 323 919 | 0,727 alto | |
Poá | 17,26 | 116 530 | 5 263 923 | 0,771 alto | |
Ribeirão Pires | 99,12 | 122 607 | 2 660 355 | 0,784 alto | |
Rio Grande da Serra | 36,34 | 50 241 | 521 263 | 0,749 alto | |
Salesópolis | 425,00 | 17 022 | 164 971 | 0,732 alto | |
Santa Isabel | 363,30 | 56 792 | 1 309 914 | 0,738 alto | |
Santana de Parnaíba | 179,93 | 136 517 | 7 373 603 | 0,814 muito alto | |
Santo André | 175,78 | 716 109 | 25 027 925 | 0,815 muito alto | |
São Bernardo do Campo | 409,48 | 833 240 | 47 668 531 | 0,805 muito alto | |
São Caetano do Sul | 15,33 | 160 275 | 15 306 267 | 0,862 muito alto | |
São Lourenço da Serra | 186,33 | 15 667 | 220 531 | 0,728 alto | |
São Paulo | 1 521,10 | 12 176 866 | 570 706 192 | 0,805 muito alto | |
Suzano | 206,20 | 294 638 | 8 998 633 | 0,765 alto | |
Taboão da Serra | 20,39 | 285 570 | 7 375 289 | 0,769 alto | |
Vargem Grande Paulista | 42,48 | 51 702 | 1 496 965 | 0,770 alto | |
Total | 7 946,84 | 21 571 281 | 947 608 817 | 0,780 alto |
Municípios | Distritos |
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Barueri | Aldeia |
Jardim Belval | |
Jardim Silveira | |
Cajamar | Jordanésia |
Polvilho | |
Carapicuíba | Aldeia de Carapicuíba |
Vila Dirce | |
Cotia | Caucaia do Alto |
Embu-Guaçu | Cipó-Guaçu |
Ferraz de Vasconcelos | Santa Margarida Paulista |
Santo Antônio Paulista | |
Guarulhos | Jardim Presidente Dutra |
Juquitiba | Barnabés |
Mairiporã | Terra Preta |
Mogi das Cruzes | Biritiba Ussu |
Brás Cubas | |
César de Sousa | |
Jundiapeba | |
Quatinga | |
Sabaúna | |
Taiaçupeba | |
Poá | Cidade Kemel |
Ribeirão Pires | Jardim Santa Luzia |
Ouro Fino Paulista | |
Salesópolis | Nossa Senhora do Remédio |
Santo André | Capuava |
Paranapiacaba | |
São Bernardo do Campo | Riacho Grande |
Suzano | Boa Vista Paulista |
Palmeiras de São Paulo |
Marginal Tietê e Marginal Pinheiros
O Rodoanel Mário Covas (SP-021), também conhecido como Rodoanel Metropolitano de São Paulo ou simplesmente Rodoanel é uma auto-estrada de 177 quilômetros, duas pistas e oito faixas de rodagem que está sendo construída em torno do centro da Região Metropolitana de São Paulo, na tentativa de aliviar o intenso tráfego de caminhões oriundos do norte e sul do Brasil e que hoje cruzam as duas vias urbanas marginais da cidade (Pinheiros e Tietê), cujo reflexo no tráfego vem provocando uma grave situação de congestionamentos.[14]
Região compreende sete municípios, entre eles, São Bernardo do Campo, dono de um PIB de R$ 47,551 bilhões – quinto maior do Estado e 15º do País
A região do ABCD compreende sete municípios que, somados, perfazem uma área de 825 quilômetros quadrados. Entre eles, destaca-se São Caetano do Sul, cidade com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, e São Bernardo do Campo, município com um PIB de R$ 47,551 bilhões – quinto maior do Estado e 15º do País. Cortado pelas rodovias Anchieta, Imigrantes, Índio Tibiriçá e Antônio Adib Chammas, além do Rodoanel Mário Covas, o ABCD tem tido, nas últimas décadas, importância fundamental para as economias de São Paulo e do Brasil. Foi o primeiro centro da indústria automobilística brasileira e segue até hoje como sede de diversas montadoras.
O setor de serviços também vem crescendo significativamente. Ao lado dos setores de varejo e atacado, reunia em 2016 um estoque de 507.625 trabalhadores – o quarto maior entre as 16 regiões do Estado (incluindo a capital) analisadas em pesquisa da FecomercioSP. O comércio varejista da região registrou um faturamento de R$ 33,2 bilhões no ano, o que representa 5,7% de participação no varejo estadual. O e-commerce registrou faturamento real de R$ 1 bilhão no ABCD em 2016. A participação do comércio eletrônico no faturamento do varejo geral do ABCD foi a maior, após a capital paulista, entre as 16 regiões analisadas: 3,1%.
*Confira as cidades que fazem parte da Região do ABCD, segundo critério adotado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP) que subdivide o Estado em 16 regiões, abrangendo todos os 645 municípios paulistas: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.
Fonte: FecomercioSP, IBGE e Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo
O interior do estado de São Paulo ou interior paulista é uma designação informal para se referir à região que abrange toda a área do estado de São Paulo fora da Região Metropolitana de São Paulo e do litoral paulista. O interior tem destaque por possuir um conjunto cultural muito rico, inclusive com vários sotaques próprios e diferentes daquele da capital e do litoral.
Essa área é fortemente industrializada e caracteriza-se por sua economia de grande porte e bastante diversificada, sendo uma das regiões mais ricas da América Latina.[1] Cerca de 1/4 do PIB do interior se concentra na Região Metropolitana de Campinas, que se consolida cada vez mais, como o cinturão do setor automobilístico brasileiro.[2][3][4] O interior paulista destaca-se por apresentar uma boa infraestrutura, tornando-se um polo de atração de investimentos.
Municípios mais populosos do interior de São Paulo Estimativa Populacional IBGE/2018[5] | |||||||||||
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Campinas São José dos Campos | |||||||||||
Posição | Localidade | Pop. | Posição | Localidade | Pop. | ||||||
1 | Campinas | 1 194 094 | 11 | Limeira | 303 682 | ||||||
2 | São José dos Campos | 713 943 | 12 | Sumaré | 278 571 | ||||||
3 | Ribeirão Preto | 694 534 | 13 | São Carlos | 249 415 | ||||||
4 | Sorocaba | 671 186 | 14 | Indaiatuba | 246 908 | ||||||
5 | São José do Rio Preto | 456 245 | 15 | Marília | 237 130 | ||||||
6 | Jundiaí | 414 810 | 16 | Americana | 237 112 | ||||||
7 | Piracicaba | 400 949 | 17 | Araraquara | 233 744 | ||||||
8 | Bauru | 374 272 | 18 | Jacareí | 231 863 | ||||||
9 | Franca | 350 400 | 19 | Hortolândia | 227 353 | ||||||
10 | Taubaté | 311 854 | 20 | Presidente Prudente | 227 072 |
Com uma força econômica superior a de países como o Chile, o interior paulista tem atraído cada vez mais empresas da capital e de outros estados que buscam custos menores, espaço para crescer e um sistema logístico que favoreça o escoamento da produção, sem os congestionamentos crônicos da cidade de São Paulo. Fortalecido com essa migração de empresas, o interior viu sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) paulista crescer 3,7 pontos porcentuais no curto período de quatro anos. Hoje, a região já responde por praticamente metade da soma de todas as riquezas produzidas no estado de São Paulo.[6][7][8]
Esses fatores tornam a região um polo de investimentos,[9] que tem atraído muitas empresas, principalmente para o espaço produtivo formado por municípios das regiões de Campinas, Piracicaba, Jundiaí, Taubaté , São José dos Campos,[10] Sorocaba, Itu e Ribeirão Preto, que se concentram num raio de 150 a 250 quilômetros, com foco na região metropolitana. Além das regiões próximas à Grande São Paulo, outras partes do interior paulista também são focos de investimentos como as regiões de Araçatuba, Araraquara,[11] Bauru, Catanduva, Franca, Presidente Prudente, São Carlos, Marília , São José do Rio Preto e Birigui com foco principal no calçado infantil e um pouco menos no feminino.[12][13][14][15]
O interior de São Paulo está ajudando o estado a retomar espaço como principal parque automobilístico brasileiro, chegando novamente a ter metade da produção nacional de automóveis no seu território.[16][17][18][19][20] A economia da região supera diversos países, como Nova Zelândia, Peru e equivale a do Chile, as cidades do interior paulista também respondem por 44% da riqueza produzida em São Paulo. No ranking dos 30 maiores municípios do Brasil, em 2008, 11 pertenciam a São Paulo. Os municípios do interior correspondem a cerca de 15% do PIB nacional, de acordo com dados da Fundação Seade.[21]
O interior paulista sustentado pela renda do agronegócio e da cana-de-açúcar foi a região que mais ampliou gastos com alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza no primeiro semestre de 2011 em relação a igual período de 2010, à frente até dos mercados mais famosos do consumo, como o Nordeste e o Centro-Oeste. O desembolso com esses itens cresceu 14,8% no interior do Estado de São Paulo.[22]
O interior do Estado de São Paulo ultrapassou no ano de 2012, a Grande São Paulo e conquistou o posto de maior mercado consumidor do País. O consumo dos domicílios das cidades do interior paulista somava em 2012, R$ 382,3 bilhões, ou 50,2% do total do Estado de São Paulo. Já a Região Metropolitana de São Paulo, que inclui a capital e 38 municípios, vai movimentar R$ 379,1 bilhões ou 49,8% do total gasto com alimentação, habitação, transporte, saúde, vestuário e educação, revela estudo da IPC Marketing.[23][24]
Esse resultado consolida a tendência de desconcentração do crescimento econômico observada nos últimos cinco anos, com a perda de participação das capitais dos Estados no consumo total das famílias brasileiras. Um dos principais fatores para esta expansão, são as cidades menores do interior, que estão recebendo investimentos pesados em shoppings centers, Sertãozinho com pouco mais de 118 mil habitantes, é um exemplo claro desta corrida, pois terá nos próximos anos dois shoppings.[25][26]
O interior paulista é um dos principais polos high tech do Brasil, com cerca de 1/4 de toda produção científica nacional sendo produzida por essa região.
A Região Metropolitana de Campinas é conhecida por Vale do Silício brasileiro, em comparação ao Vale do Silício na Califórnia, Estados Unidos, onde diversas indústrias de tecnologia eletrônica e de informática se instalaram. Nesta região estão presentes unidades de 32 das 500 maiores empresas do mundo desse ramo, como a Lucent Technologies, IBM, Compaq, Dell e Hewlett-Packard (HP).[27][28]
Outras cidades do estado também são reconhecidas nesse quesito, como São Carlos, Ribeirão Preto e a região do Vale do Paraíba.
O interior de São Paulo é o grande indutor do desenvolvimento espacial e da aviação no Brasil, através de polos espalhados pelo estado, como São José dos Campos (que possui um Parque Tecnológico voltado exclusivo para o setor),[29] Taubaté, Botucatu e Gavião Peixoto, todas estas cidades possuem unidades da Embraer, que em breve começará a construir na cidade de Gavião Peixoto, o cargueiro KC-390, o maior avião já fabricado no Brasil, com 12,15 metros de altura, 35,20 metros de comprimento, capacidade de transportar 20 toneladas e com velocidade máxima de 870 km/h.[30][31]
Outros municípios relevantes que estão despontando são Bauru, que possui uma fábrica da Volare,[32] além de São Carlos que possui um dos maiores centros tecnológicos de aviação do mundo, da empresa TAM Linhas Aéreas[33] e Ribeirão Preto que é sede da Passaredo Linhas Aéreas e onde se localiza o centro operacional e de engenharia da empresa.
Aeroportos do Interior de SP Movimento de Passageiros 2015 | |
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Município | Quantidade |
Campinas/Viracopos | 10.324.658 |
Ribeirão Preto | 1.109.809 |
São José do Rio Preto | 691.559 |
Presidente Prudente | 272.204 |
Bauru | 143.015 |
Araçatuba | 108.993 |
Marília | 70.899 |
São José dos Campos | 63.622 |
Sorocaba | 54.200 |
Campinas/Amarais | 39.753 |
Bragança Paulista | 36.624 |
Jundiaí | 11.674 |
Araraquara | 6.368 |
Fonte: DAESP e INFRAERO |
A região conta com o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, um dos maiores aeroportos de carga da América Latina[34] e um dos principais do Brasil. São Paulo conta também com o Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, que está em processo de se tornar internacional de cargas,[35] além de contar com outros aeroportos regionais espalhados pelo interior do estado.
A demanda nos aeroportos do interior de São Paulo esta crescendo de forma acentuada, tendo expandido em 40% no ano de 2010.[36][37] O Aeroporto Internacional de Viracopos foi o segundo que mais cresceu no mundo em 2010,[38] já o Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto foi o que mais cresceu no Brasil no primeiro semestre de 2011.[39]
Além de transporte rodoviário e aéreo, o interior conta com a hidrovia Paraná-Tietê, que contribui no escoamento de cargas e pessoas do estado de São Paulo e das regiões centro-oeste e norte do Brasil. A Hidrovia compreende os rios Tietê, Paraná e Piracicaba
As grandes ferrovias em São Paulo espalharam pelo interior do estado, devido a política de valorização do café no início do século XX. Para se ter noção dessa expansão, podemos constatar que em 1901, havia no Estado de São Paulo um total de 3.471 quilômetros de linhas férreas, chegando-se em 1940 a atingir um total de 8.622 quilômetros, estagnando-se no período posterior ou mesmo reduzindo-se até os dias atuais.
Com projetos ambiciosos como a implantação do Trem de Alta Velocidade (Trem Bala) ligando Campinas ao Rio de Janeiro (cidade), passando por São Paulo (cidade) e São José dos Campos, e possivelmente no futuro ligando Campinas a Brasília, passando por Ribeirão Preto. Existe também o projeto do Trem Expresso de Jundiaí para São Paulo (cidade), o primeiro dos chamados trens regionais que o governo de São Paulo que espalhar pelo estado.[40]
O estado de São Paulo terá um Ferroanel, o projeto de engenharia do trecho de 60 km, sob responsabilidade da MRS Logística. A obra, orçada inicialmente em aproximadamente R$ 1,2 bilhão, deve ser entregue até 2014. O traçado previsto para a linha deve sair de Itaquaquecetuba, na zona leste da Grande São Paulo, passar por Guarulhos, beirando a Serra da Cantareira, chegar em Perus, na zona norte paulistana, e seguir até Jundiaí. Esse trajeto facilitaria principalmente o transporte de cargas entre o Vale do Paraíba e as regiões de Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto.[41]
O Governo do Estado de São Paulo estuda a criação de linhas de trens rápidos de passageiros ligando a capital ao interior, iniciando a partir das cidades com raio de 100 quilômetros da capital. Projetos estão sendo ‘pensados’ para levar os trens de passageiros a uma velocidade média de 120 km/h, a Piracicaba, cidade que dista 164 quilômetros da capital, e a Ribeirão Preto, a 336 quilômetros de São Paulo. Nos dois casos, as linhas sairão de Campinas, interior paulista. O modelo definido para as novas linhas é de composições compactas e modernas com velocidade máxima de 180 km/h, o que assegura uma média de 120 km/h.[42]
O sistema rodoviário do Estado de S. Paulo é o maior sistema estadual de transporte rodoviário do Brasil, com 34.650 km.[44][45] Trata-se de uma enorme rede interligada, divida em três níveis, municipal (11 600 quilômetros), estadual (22 000 quilômetros) e federal (1 050 quilômetros). Mais de 90% da população paulista está a cerca de cinco quilômetros de uma estrada pavimentada.[46] São Paulo possui o maior número de estradas duplicadas da América Latina e, de acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte, o sistema rodoviário do estado é o melhor do Brasil, com 59,4% de suas estradas classificadas na categoria “excelente“.[47] A pesquisa também apontou que das 10 melhores rodovias brasileiras, nove são paulistas.[47]
O Estado de S. Paulo possui uma malha rodoviária com mais de 32 000 quilômetros de vias asfaltadas, representando cerca de 17% do total da malha asfaltada do Brasil.[48][49] As rodovias paulistas são consideradas as mais modernas e melhor conservadas do Brasil. A Confederação Nacional do Transporte, em uma pesquisa realizada em 2006, divulgou um ranking que coloca as rodovias de São Paulo, em comparação com as outras rodovias brasileiras, no topo em termos de estado geral de conservação.[50][51] A administração de algumas rodovias paulistas foi transferida à iniciativa privada a partir do final da década de 90, dentro de um programa mais amplo de privatização. As empresas vencedoras do processo licitatório foram obrigadas a realizar uma série de investimentos e a cumprir metas de qualidade mas, apesar da melhoria nas estatísticas de acidentes,[52] a cobrança de um valor de pedágio considerado alto para os padrões brasileiros provoca críticas ao modelo de privatização.[53]
O interior de São Paulo conta com uma complexa rede de transporte, tendo com eixos principais as rodovias Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares, Dutra, Bandeirantes, Washington Luís, Marechal Rondon, Carvalho Pinto, Dom Pedro I e Faria Lima.
O governo do Estado de São Paulo está construindo uma das maiores obras viárias do interior do Brasil, que é o corredor Sumaré-Campinas, que irá interligar diversas cidades da Região Metropolitana de Campinas, este mega projeto está recebendo investimentos da ordem de R$ 150 milhões.[54] A Rodovia Euclides da Cunha (SP-320) está passando por 164,8 quilômetros de duplicação, com investimentos de R$ 775 milhões pelo Governo do Estado.[55]
O governo do Estado de São Paulo está construindo o maior complexo viário do Brasil, que é a remodelação do trevo Waldo Adalberto da Silveira, um dos principais acessos a Ribeirão Preto, localizado numa área estratégica e que interliga as rodovias Anhanguera, Abrão Assed, Antônio Machado Sant’Anna com a Avenida Castelo Branco, passará por total remodelação num investimento que vai totalizar aproximadamente R$ 120 milhões. Vale ressaltar que mais de 1,5 milhão de pessoas serão beneficiadas pela obra. Serão construídos oito viadutos e 20 alças de acesso em um complexo viário com mais de 11,8 quilômetros de extensão (quase o tamanho da ponte Rio-Niterói), que possui cerca de 13 quilômetros de comprimento. Também engloba o projeto uma passarela para pedestres. O novo dispositivo foi projetado para suportar o tráfego de veículos nos próximos 30 anos.[56][57]
O interior de São Paulo é responsável por cerca de 1 quarto de toda a produção científica nacional.[58] A região conta com importantes instituições de ensino superior brasileiras, como a USP em São Carlos, Ribeirão Preto, Piracicaba e Bauru, a UNICAMP, a UNESP, o ITA, a UFSCar, a UNIFESP, a PUC Campinas, e a FATEC – esta, presente em quase todo o estado –, dentre outras.
No ranking das melhores universidades do mundo, o Webometrics Ranking of World Universities classificou em 2012:
Estando a Universidade de São Paulo colocada na frente de universidades renomadas a exemplos da Universidade de Oxford e a Universidade de Princeton, destaca o Brasil entre os países com universidades dentre as melhores do mundo – sendo que as 3 universidades brasileiras que foram citadas no ranking são universidades estaduais públicas e situadas no interior paulista, sendo a UNICAMP a única universidade dentre as 3 que se situa totalmente no interior.
Entre as escolas técnicas estaduais, que se destacam pelo altíssimo padrão de ensino, tem-se:
O interior paulista é propulsor para o esporte brasileiro, tendo em diversas modalidades representantes que conquistaram títulos, medalhas, e muitas glórias para o Brasil. Podemos citar alguns esportistas que enobrecem o estado de São Paulo e o Brasil, tais como Gustavo Borges, Felipe Massa, Hélio Castroneves, Hortência Marcari, Magic Paula, Abílio Couto, Laís Souza, Emerson Leão, Raí, Antônio de Oliveira Filho “Careca”, Roberto Carlos da Silva, Fabíola Molina, Fernanda Venturini, Maurício Camargo Lima, Luís Fabiano Clemente, Marcos Roberto Silveira Reis, Nicholas Santos, Maria Zeferina Baldaia, Claudinei Quirino da Silva, isto sem contar, que nas Olimpíadas de Pequim somente César Cielo e Maurren Maggi os dois únicos atletas que ganharam medalhas de ouro individualmente, são do interior paulista.
O interior paulista possui o primeiro e único campeão brasileiro de futebol do interior do Brasil o Guarani, sendo que a Ponte Preta é o clube de futebol mais antigo do estado.
Inter de Limeira, Bragantino e Ituano venceram o Campeonato Paulista.[59] Paulista de Jundiaí foi campeão da Copa do Brasil.[60]
Tendo ainda diversos clubes de grande história e tradição, tais como o América, Botafogo, Comercial, Ferroviária, Marília, Mogi Mirim, Noroeste, Oeste, São Bento, São José, Taubaté, União São João, XV de Jaú, XV de Piracicaba, entre outros.
No interior existem alguns clássicos tradicionais, tanto locais como regionais, tais como:
Os principais estádios do interior paulista são:
O interior paulista se destaca bastante nos esportes. Existem também os melhores rodeios do país, como à Festa do Peão de Barretos, Festa do Peão de São José do Rio Preto, Rodeio de Ribeirão Preto, Festa do Peão de Piracicaba dentre outras. No mundo do rodeio, o Brasil vem se destacando cada vez mais em ligas internacionais do esporte, como à PBR (Professional Bull Riders) nos Estados Unidos.[carece de fontes]
Fazem parte da PBR mais de 1.000 cowboys distribuídos em países como o Brasil, Canadá, Estados Unidos, México e Austrália. Dentre esses, os brasileiros que se destacaram foram Adriano Moraes, Silvano Alves de Almeida Goes, Renato Nunes Rosa, Kaike Pacheco dentre outros que à cada ano vem de destacando.
O interior de São Paulo abrange em questões culturais, tendo vários eventos durante o ano. Durante o ano se destacam muitas festas e eventos típicos do interior, como Desfile de Cavaleiros, Rodeios, Festivais de inverno em Campos do Jordão, Festas Juninas, Quermesses, Exposições e feiras agrícolas, como à Agrishow, realizada todos os anos em Ribeirão Preto.